3ª edição do Festival de Literatura Resiliência começa amanhã

32 participantes juntam-se para discutir à volta da arte literária na capital do país. Durante três dias, a Cavalo do Mar leva o livro à celebração com autores africanos, europeus e latino-americanos. O festival arranca às 15 horas desta terça-feira.

Este ano, o Camões – Centro Cultural Português, na cidade de Maputo, é o local escolhido para o Festival de Literatura Resiliência, na sua terceira edição. O programa organizado pela editora Cavalo do Mar realiza-se sob o lema “Mobilidade e criação artística na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, e junta escritores de várias gerações e países, académicos, críticos literários, jornalistas, livreiros, editores e músicos, totalizando 32 participantes.

Nesta terceira edição, à imagem das outras duas, o Resiliência terá mesas redondas, nas quais serão discutidas questões associadas à língua portuguesa, à literatura, à circulação das obras ao nível da CPLP, além de discussões sobre cultura de leitura, lançamentos e feiras do livro.

Quanto aos debates, nesta terça-feira, o primeiro irá discutir “Políticas e caminhos das literaturas de língua portuguesa”, tendo como oradores a brasileira Carmen Tindó Secco, pesquisadora de Literaturas Africanas, e o jornalista e poeta angolano José Luís Mendonça, sob moderação da professora universitária Conceição Siopa. A seguir, discutir-se-á “O futuro da língua portuguesa”, nas vozes M.P. Bonde, Pedro Pereira Lopes (Moçambique) e Valter Hugo Mãe e Carlos Reis (Portugal), sob moderação do director do “Camões” no país, João Pignatelli.

A série de lançamentos de livros começa esta terça, com “Outras fronteiras”, de Ana Mafalda Leite, sob a chancela da editora Cavalo do Mar. Amanhã, a conversa volta com Domingos Carlos Pedro (Domi Chirongo), Secretário-Geral da Associação Moçambicana dos Autores (SOMAS) e o icónico médico Hélder Martins, a discutir “Os direitos de autores”, com a moderação do jornalista Elton Pila. Na sequência, os escritores moçambicanos Énia Lipanga e Luís Carlos Patraquim – o homenageado desta edição – e Valter Hugo Mãe debatem “Tendências da actual poesia em língua portuguesa”, com a moderação do escritor António Cabrita.

A série de mesas redondas prossegue com o tema “Circulação de bens culturais e mobilidade dos escritores na CPLP”, que terá como oradores Carlos Paradona, Secretário-Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), o escritor Rogério Manjate, sob moderação de Cristovão Seneta. Serão ainda lançados os livros “O céu não sabe dançar sozinho” (Cavalo do Mar), de uma das vozes significativas da literatura angolana, Ondjaki e “Angola me diz ainda” do incontornável escritor palanca, José Luís Mendonça.

Para quinta-feira, estão previstas as discussões sobre “o cânone literário em Angola e Moçambique: questionamentos”. Esta mesa será composta pela poetisa e pesquisadora de literatura, a luso-moçambicana Ana Mafalda Leite, pela académica moçambicana Sara Jona, José Mendonça e pela, igualmente pesquisadora, a brasileira Vanessa Pinheiro, com a moderação de Alberto Mate.

“A prática narrativa em Angola e Moçambique e os caminhos da transnacionalidade” é o tema que irá reunir os escritores moçambicanos Chakil Abobacar, Lucílio Manjate, Virgília Ferrão, com o jornalista José dos Remédios a moderar.  

Este festival conta ainda, durante os três dias, com duas actividades paralelas, nomeadamente, uma oficina de escrita criativa e uma visita guiada ao mítico bairro da Mafalala. Segundo a organização, O Resiliência 3 decorre, propositadamente, no mês de África, da língua portuguesa e da celebração do nonagésimo sétimo aniversário do nascimento de José Craveirinha.

Desde 2018 que a Editora Cavalo do Mar tem vindo a organizar o Festival de Literatura Resiliência, com vista a promover o livro, a leitura e a incentivar uma maior circulação das obras dos autores moçambicanos, dentro e fora do país, contribuindo assim para a edificação de um sistema literário resiliente.

A presente edição deste encontro das letras é apoiada pelos governos moçambicano e português.

 

 

Fonte:O País

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