Em Moçambique, 50,1% de Agregados Familiares (AF) têm acesso a energia eléctrica, dos quais, 32% através da rede eléctrica e 18,1% por outras fontes. Isso significa que 49,9% dos AF está sem conexão à rede e nem outras soluções de electricidade, segundo o Inquérito sobre o Impacto do Acesso à Energia Sustentável 2022 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). No que refere à área de residência, os resultados indicam que 71,2% dos AF da área urbana tem acesso à energia eléctrica da rede nacional enquanto na área rural, o maior acesso à electricidade é através de outras fontes (23,6%). Refira-se que na área rural a maior parte dos AF vive sem conexão à rede, sem outras soluções de electricidade (63,3%).

O Inquérito sobre o Impacto do Acesso à Energia Sustentável 2022 do INE revela que o acesso e ligação à electricidade no país é de, 50,1% de AF, sendo 32,% através da rede eléctrica e 18,1% através de outras fontes. Isso significa que 49,9% dos AF estão sem conexão à rede nem outras soluções de electricidade, situação mais grave nas áreas rurais (86,8%), províncias de Tete (84,7%) e na Zambézia (83,3%).

Segundo a distribuição geográfica, a Cidade e Província de Maputo apresentam maior percentagem de AF com acesso à energia eléctrica através da rede nacional/local, com 96,5% e 69,8%, respectivamente. Destacam-se, ainda, as províncias de Cabo Delgado (73,4%), Tete (69,8%), Zambézia (59,1%) e Niassa (57,6%) por apresentarem maior número de AF sem acesso a qualquer fonte de energia eléctrica.

Os poucos domicílios com electricidade na área rural têm maior acesso através de energia solar (85,3%), baterias recarregáveis (74,9%) e baterias de células secas (71,4%) face a área urbana que usa electricidade da rede nacional (72,2%) e gerador eléctrico (58,3%). 8. Cerca de 73% de AF carrega o telefone celular na sua própria casa, da qual a Cidade de Maputo apresenta maior percentagem (95,9%).

Quanto aos níveis gerais de acesso à electricidade destaca-se: Para dimensão de capacidade, ressalta-se que 56,9% dos AF usa electricidade com menos de 3 Watts (W) por dia ou menos de 12 Watts por horas (Wh), ou não têm acesso à electricidade, principalmente em Tete (78%), Cabo Delgado (76%), Zambézia (67,8%), Nampula (67%) e Niassa (65,6%) contra 34,0% de AF com consumo diário de 8,2 kWh, sobretudo na Cidade de Maputo (97,8%) e nas províncias de Maputo (72,6%) e Gaza (59,1%).

Para disponibilidade, 93,6% dos consumidores têm disponibilidade de energia eléctrica por, pelo menos, 23 horas por dia. Para a qualidade, 78,6% dos consumidores não presenciou problemas de interrupções que danificam electrodomésticos. No entanto, 21,4% de consumidores registou interrupções de corrente que danificaram electrodomésticos, com destaque na área urbana (24,3%), na Cidade de Maputo (39,6%), nas províncias de Sofala (27,4%), Maputo (26,5%) e Zambézia (22%).

Para fiabilidade da energia fornecida, o Inquérito revela que 65,9% dos consumidores têm mais de catorze cortes de energia por semana, destacando-se as províncias de Manica, Inhambane e Cidade de Maputo com mais de 80% de AF nessa situação.

Em termos de acessibilidade, 50,5% dos consumidores gastam mais de 5% do rendimento anual com electricidade. 9.6 Quanto à legalidade, quase todos consumidores pagam ao fornecedor de electricidade (96,7%). Todavia, as províncias da Zambézia (15,6%) e Niassa (13,9%) registam maior percentagem de consumidores que não pagam o consumo da electricidade.

No que se refere ao acesso global ao combustível e tecnologias de energias limpas, 40,3% de AF tem acesso a energia sustentável, com maior déficit para área rural (24,8%) contra área urbana (72,7%).

Assim, relativamente aos níveis de tecnologias para cozinha, tem–se aproximadamente 72% dos AF que usa cozinha de baixa conveniência para confeccionar os alimentos, isto é, em cada 7 dias eles gastam mais de 7 horas para adquirir combustível para cozinhar e mais de 15 minutos em preparar o fogão para cozinhar.

Cerca de 95% de AF usa um fogão principal seguro, isto é, sem acidente ligado ao fogão nos últimos 12 meses. 10.3 Quase todos AF gastam mais de 5% da sua renda anual em aquisição de combustível para cozinha, situação mais grave na Cidade de Maputo (99,4%), províncias de Maputo (93,9%) e Niassa (92,1%). 10.4 91,0% dos AF experimentou uma crise de acesso à combustível para cozinhar ao longo dos últimos 12 meses, principalmente na área rural (94,0%) do que na área urbana (84,7%).

Quanto à educação, 24,% de AF com acesso à electricidade, com crianças de 6-14 anos de idade usa energia solar, face a 1,0% de AF sem acesso para fazer lições de casa. Mais de dois terços de AF com acesso à electricidade, seus filhos estudam a lição de casa durante o dia, contrariamente aos 85,6% dos AF sem acesso.

No que se refere à iluminação e segurança públicas, 22,1% de AF com acesso à electricidade tem ruas iluminadas contra 5% dos AF sem acesso a iluminação pública. Cerca de 86,0% de AF com acesso à electricidade tem iluminação pública nocturna contra 87,7% de AF sem iluminação pública nocturna.

O documento revela que mais de 60% de AF com acesso à electricidade sente se completamente segura ao andar sozinha em casa e em locais públicos durante o dia, 41,4% de AF não se sente segura ao andar sozinha durante a noite, para AF sem acesso à eléctricidade, 36,6% não se sente segura ao andar sozinha durante a noite.

Fonte:O País

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