CERCA de 300 famílias continuam com as suas residências submersas desde as últimas chuvas que caíram na cidade de Maputo, e não só.

No total são 1212 pessoas que viram as suas residências arrasadas ou mesmo inundadas na zona baixa de Magoanine “A”, com 41 quarteirões afectados, contando-se alguns moradores que perderam os seus bens, surpreendidos pela chuva que caiu de madrugada.

Ismael Mohamed, residente no quarteirão 1, disse que o processo de reassentamento, que decorre desde 2013, não é transparente, a seu ver, sendo as famílias retiradas de forma aleatória, o que atrapalha as demais.

“Poucas são as vezes que as estruturas se aproximam para acompanhar de perto o nosso sofrimento. Nunca há um encontro entre o secretariado do bairro e os moradores para algumas considerações pontuais em relação à vida neste local”, disse.

Crimilda Rery, também residente no mesmo quarteirão, é de opinião que as autoridades municipais deviam acelerar o processo de reassentamento, de modo que se possa vedar o local, porque há tendência de as pessoas voltarem a ocupar onde antes foram tiradas outras pessoas.

Por sua vez, o secretário daquele bairro, Filipe Uamusse, explica que a zona de Magoanine é a mais afectada quando chove com intensidade na capital, devido ao relevo do terreno, que compreende duas zonas altas e uma baixa, onde se acumula a água.

“Depois das inundações de 2000 o município reassentou algumas dezenas de famílias que residiam nesta área mas, anos mais tarde, a baixa que se estende da margem esquerda da avenida Sebastião Marcos Mabote até à zona da CMC foi novamente repovoada, devido à falta de controlo”, disse Uamusse.

No entanto, para evitar cenários futuros desagradáveis de repovoamento, Uamusse garantiu que os chefes de quarteirões foram já instruídos para não deixar que as pessoas retornem a esses lugares.

“De 2013 a esta parte procedemos ao reassentamento de pelo menos 80 famílias em Chihango, Infulene e no distrito de Marracuene, e as autoridades da cidade estão a trabalhar com a província de Maputo no sentido de identificar mais espaço para albergar outros agregados”, acrescentou a fonte.

 

    Fonte:Jornal Notícias

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