“O valor de 8,8 mil milhões de dólares a ser recebido pelas operações em África representa um valor atractivo baseado na nossa extensiva avaliação nos últimos 18 meses”, escreveu a presidente executiva da Ocidental, Vicki Hollub, num comunicado divulgado hoje, referindo-se à venda dos activos africanos da Anadarko à Total, pela Ocidental.“A Total tem uma experiência extensa de trabalho em África e está bem posicionada para maximizar o valor destes activos”, acrescentou a gestora da Ocidental, que está a disputar com a Chevron a compra da petrolífera norte-americana Anadarko, líder do consórcio que explora a Área 1, em Moçambique.Os activos da Anadarko que passarão para a Total, caso a operação se concretize, incluem as explorações na Argélia, Ghana, Moçambique e África do Sul, e centram a actividade da Ocidental na Bacia Permiana, na América, de acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, que dá conta que estes activos africanos representam menos de 10% do total da actividade da petrolífera.A Ocidental está a disputar com a Chevron o controlo da Anadarko, que é uma das principais exploradoras da Bacia Permiana, uma zona de elevada rentabilidade entre o sul do Texas e o Novo México, na América do Norte.A concretizar-se o negócio entre a Anadarko e a Ocidental, a francesa Total acumularia, além da rede de estações de serviço que já tem em Moçambique, a exploração das vastas reservas de gás natural existentes no norte do país.A Ocidental, de acordo com a Bloomberg, ganhou recentemente o apoio financeiro do milionário norte-americano Warren Buffet, que investiu 10 mil milhões de dólares na petrolífera depois de uma visita da presidente executiva à sede da Berkshire Hathaway, no estado norte-americano do Nebrasca.A Anadarko já confirmou oficialmente a recepção da proposta, ao abrigo da qual os accionistas receberiam 57 mil milhões de dólares, mas com uma componente mais elevada em numerário; na proposta inicial, a Ocidental oferecia 57 mil milhões de dólares, divididos entre numerário e acções, mas nesta nova proposta a percentagem a ser paga em dinheiro sobe para 78%, sendo os restantes 22% entregues em acções.A Anadarko lidera o primeiro projecto de GNL “onshore” em Moçambique. O grupo de empresas vai explorar o gás natural encontrado nas profundezas da crosta terrestre, sob o fundo do mar, a 16 quilómetros ao largo da província de Cabo Delgado.Depois de extraído, através de furos, o gás será encaminhado por tubagens para a zona industrial a construir em terra, na península de Afungi, onde será transformado em líquido e conduzido para navios cargueiros com contentores especiais para exportação.O plano prevê duas linhas de liquefacção, instaladas em terra, e com capacidade anual de produção de 12 milhões de toneladas por ano de gás natural líquido.Além da Anadarko, que lidera o consórcio com 26,5%, o grupo que explora a Área 1 é constituído pela japonesa Mitsui (20%), a indiana ONGC (16%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores a outras duas companhias indianas, Oil India Limited (4%) e Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).[CC]

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