A EMPRESA Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) pode não ter, a curto ou médio prazo, outra alternativa que não enfrentar uma concorrência no mercado nacional de transporte de passageiros.

Antes, porém, há “medidas drásticas” que o Presidente da República anunciou para breve, tudo para devolver confiança e credibilidade a uma empresa com forte impacto na economia do país.

Filipe Nyusi, que visitou a empresa na última quinta-feira, reprovou o modelo de gestão adoptado no passado, nomeadamente a opção pela diversificação da frota de aeronaves que, hoje, segundo disse, assume-se como um grande embaraço para a empresa, que encontra muitas dificuldades na aquisição de peças, equipamentos e até na certificação de pilotos.

O Chefe do Estado não gostou do que viu e ouviu na LAM, e chegou mesmo a falar da necessidade de “quebrar o mito de companhia de bandeira”, e facilitar a entrada de outras companhias para operar no mercado.

Para Nyusi, é preciso traduzir na prática a ideia de que Moçambique tem o seu espaço aéreo liberalizado, que vem sendo defendida pelas autoridades nacionais de aeronáutica.

“Há dificuldade de deixar a concorrência fluir. Vocês fecham os circuitos. Como é que alguém tem aviões e não deixamos voar?”, questionou Nyusi.

Filipe Nyusi, que no mesmo dia visitou diversas empresas e instituições tuteladas pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, disse ter visto na LAM o que já esperava ver.

“…Não íamos para descobrir nem expor os problemas”, disse o Presidente da República, que manifestou desapontamento com as várias situações anómalas que testemunhou no terreno e no contacto com os responsáveis do sector.

Actualmente, a LAM enfrenta graves problemas na operação, com avarias constantes dos seus aparelhos ao ponto de os passageiros ficarem em terra durante três ou quatro dias, sem certeza sobre quando poderão seguir viagem para os seus destinos.

O Presidente da República mostrou-se particularmente agastado com esta situação. Aliás, foi na LAM onde o Chefe do Estado permaneceu mais tempo durante a sua visita às instituições do MTC, facto que atesta a preocupação em relação a este sector, que é determinante para o desempenho de outras áreas da economia.

Até quinta-feira, a LAM estava a operar com oito dos 10 aparelhos com os quais conta, incluindo os três da subsidiária MEX. Dois encontravam-se em revisão geral fora do país.

A instituição informou ao PR que de 2014 a esta parte o volume de passageiros tem vindo a decrescer, cenário por ela associado à conjuntura económica em que o país vive.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/66631-pr-e-o-desempenho-da-lam-diversificar-a-frota-foi-um-erro-de-gestao.html

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