Rosário Fernandes sai do INE?

Rosário Fernandes pode estar de saída da Direcção do Instituto Nacional de Estatística. O Presidente do INE terá enviado uma carta ao Ministro das Finanças e ao Primeiro-ministro a colocar o cargo a disposição alegadamente devido a pressões. O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário não confirma nem desmente a informação.

Ao fim de três anos, Rosário Fernandes pode estar de saída do órgão público responsável pela informação estatística oficial. Em entrevista concedida ao semanário Savana, o Presidente do Instituto Nacional de Estatística revela que colocou o cargo a disposição em respeito a sua coerência com os princípios.

A intenção de deixar o INE terá sido comunicada em carta enviada a Adriano Maleiane, titular do pelouro das Economia e Finanças, quem tutela o INE, e ao Gabinete do Primeiro-Ministro.

“Comuniquei o meu interesse de estar fora da instituição. Quero sair de forma pacífica, sem perseguições, com consciência de que dei o meu contributo para o país”, lê-se na entrevista.

Tido como um homem íntegro, Rosário Fernandes não revela as razões exactas pelas quais deixa o órgão.
“Quando fui convidado, recusei. Sabia das pressões e complexidades. Sabia que ia correr riscos”, começou, acrescentando: “Tem a ver com a minha maneira de ser: coerência nos princípios. Deixo o lugar para melhor pessoa para aceder as pressões”.

Lembre-se, que o INE contrariou recentemente os dados dos órgãos eleitorais sobre a população em idade eleitoral na província de Gaza. De acordo com os dados do INE, o STAE recenseou mais de 300 mil pessoas que não constam das estatísticas. Na entrevista Fernandes remata que “qualquer agência estatística trabalha para dados de referência e tem regras. Limites a esquerda e a direita e não exagerar. Qualquer extrapolação já não é da responsabilidade das estatísticas”.

“O País” interpelou esta sexta-feira o Primeiro-Ministro para confirmar a intenção da demissão, ao que Carlos Agostinho do Rosário respondeu.

“O assunto principal é esse que estamos a fazer aqui, expandir a rede escolar, aumentar a qualidade de ensino. Agora se alguém se demitiu-se este não é assunto nosso”, disse Carlos Agostinho do Rosário.

 

Fonte:O País

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