A floresta de chanfuta localizada no distrito de Marracuene, província de Maputo, tem potencial para sequestrar carbono e assim contribuir para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

A conclusão sobre o contributo da espécie, cujo nome científico é Afzelia quanzensis, para a protecção da atmosfera é de um estudo publicado numa das edições mais recentes da Revista Científica da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), na série de Ciências Agronómicas, Florestais e Veterinárias.

A pesquisa indica também que medidas de gestão devem ser tomadas em consideração para preservar esta importante área de conservação.

O sequestro de carbono é o processo de captura e armazenamento seguro de gás carbónico (CO2), evitando-se assim a sua emissão e permanência na atmosfera.

Para realizar esta pesquisa, que tinha como objectivo avaliar o potencial de sequestro de carbono da mata de Michafutene, foram seleccionadas 33 árvores desta espécie, abatidas e pesadas em três componentes (ramos grossos, ramos finos e tronco), para obtenção dos pesos fresco e seco em quilogramas.

Foram também estabelecidas 30 parcelas aleatórias, onde se avaliaram todos os indivíduos com diâmetro à altura do peito superior ou igual a 10cm para posterior estimativa da biomassa (Mg/ha).

O potencial de sequestro de carbono (MgC/ha) foi estimado utilizando o factor de conversão de 0,5 da biomassa. Os resultados deste estudo revelaram que a maior contribuição de biomassa provém dos ramos grossos (46 por cento), seguida dos ramos finos (30 por cento) e tronco (24 por cento), tendo se estimado a biomassa média em 17,59 Mg/ha e a densidade de carbono em 8,80 MgC/ha. 

A pesquisa, intitulada “Estimativa de biomassa e carbono da espécie Afzelia quanzensis Welw, na plantação de Michafutene, província de Maputo”, refere que a degradação das florestas naturais tem colocado em risco algumas espécies de grande valor socioeconómico, tal como a chanfuta, pelo que a recuperação e conservação de áreas florestais reveste-se de grande importância.

Um outro estudo sobre a variabilidade genética da chanfuta indica que recursos genéticos florestais representam um dos repositórios mais importantes da diversidade biológica, constituindo um componente chave para a estabilidade dos ecossistemas.

Anota que a floresta de Michafutene é uma das poucas zonas de conservação desta espécie existentes no país.

Com uma área inicial de cerca de mil hectares, compostos por mais de 20 espécies florestais nativas e exóticas, esta plantação foi sofrendo ao longo dos anos os efeitos da pressão humana e da precária manutenção, estando actualmente reduzida a cerca de 50 hectares, compostos quase exclusivamente por chanfuta.

    Fonte:Jornal Notícias

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