MORREU ontem o ex-Presidente de Madagáscar Didier Ratsiraka, aos 84 anos, anunciou no Twitter o actual chefe de Estado, Andry Rajoelina, citado pela France-Presse.

Hospitalizado no início da semana devido a uma gripe, Didier Ratsiraka foi Presidente da grande ilha do Oceano Índico ao largo de Moçambique de 1975 a 1991 e de 1997 a 2002.

“Os malgaxes perderam um ilustre patriota”, escreveu Rajoelina.

Ratsiraka foi oficial da Marinha, tendo sido apelidado de “Almirante Vermelho” devido às políticas socialistas, e chegou ao poder através de um golpe militar.

Instigador da “Revolução socialista malgaxe”, que se revelaria um fracasso económico e social, este activista anti-colonial, deixou um legado na educação e nos nomes das cidades.

Um movimento de contestação entre 1991 e 1992 obrigou-o a deixar o poder e a aceitar a transição liberal exigida pelo seu opositor da altura, Albert Zafy, que lhe viria a suceder como chefe de Estado.

O “Almirante Vermelho” reassumiria depois o poder em 1997, mas foi novamente expulso no final da eleição presidencial seguinte. Depois de uma votação contestada, manifestações e confrontos armados eclodiram nas ruas do país, de Dezembro de 2001 a Julho de 2002, entre partidários de Dider Ratsiraka e do seu novo adversário, o então presidente de Antananarivo, Marc Ravalomanana.

Ravalomanana foi finalmente declarado o vencedor e Ratsiraka forçado ao exílio em França durante nove anos.

Em 2003, Ratsiraka foi condenado à revelia a dez anos de trabalho forçado por “desvio de dinheiro público” e depois a cinco anos de prisão por colocar em risco a segurança do Estado. Estas sentenças viriam a ser canceladas em 2009.

Há dez anos que estava presente na cena política malgaxe, sendo regularmente convidado para fazer análises em programas políticos. – (LUSA)

Fonte:Jornal Notícias

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