Só na próxima quarta-feira é que serão conhecidas as razões que causaram o derrame de combustível no Porto de Pemba, na província de Cabo Delgado, facto ocorrido na madrugada do último sábado. As autoridades criaram uma comissão de inquérito que terá de apresentar os resultados em três dias.

 

O rompimento do pipeline que abastece os navios no Porto de Pemba, o descarregamento de combustível no alto-mar e um provável roubo deste produto são apontados, neste momento, como os possíveis factores por detrás do derrame de quase 10 mil litros de combustível na terceira maior baía do mundo.

 

A Petróleos de Moçambique (Petromoc) disse à STV que o derrame não tem nada a ver com a empresa, enquanto o Director de Infra-estruturas de Cabo Delgado, Norte Uali, afirma que o derrame terá acontecido após uma tentativa de roubo por desconhecidos.

 

Um antigo trabalhador do Porto de Pemba disse à “Carta” que o derrame do combustível pode resultar também da não observância das medidas de segurança, como o aperto das válvulas após o abastecimento dos navios.

 

Refira-se que, no último sábado, várias pessoas, entre crianças e adultos, foram vistas a deslocarem-se em massa à praia, do lado sul do Porto de Pemba, com galões e garrafas, com o objectivo de retirar o combustível que se via no mar, colocando em risco as suas próprias vidas.

 

Ao que “Carta” apurou, o referido combustível foi descoberto por um grupo de crianças que passeava pela praia na manhã daquele dia. Ao notar um líquido estranho a flutuar na água, os petizes chamaram os pais, que trataram de pegar em garrafas e galões para retirar o produto do mar.

 

Ngamo Tagir é um dos cidadãos que esteve na praia para retirar o combustível. Natural de Quissanga, de onde saiu após os ataques terroristas, conta que se deslocou àquele local após ver muitas pessoas a sair do local com muito combustível. “O meu objectivo era vender para ter dinheiro, mas os 10 litros que consegui não têm comprador porque o combustível está misturado com água”, disse Tagir, apesar de não saber que tipo de combustível tinha retirado. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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