O GOVERNO do México anunciou quarta-feira (04) uma acção judicial perante um tribunal federal de Boston contra os principais fabricantes de armas dos EUA, acusadas de práticas comerciais que facilitam o tráfico ilícito que agravam a violência no país.

Em conferência de imprensa, o ministro mexicano dos Negócios Estrangeiros, Marcelo Ebrard, denunciou o “comércio ilícito” em território mexicano que provoca “prejuízos directos ao país”, apesar de ter sido esclarecido que esta iniciativa não é movida contra o Governo dos Estados Unidos.

“Estamos confiantes sobre a qualidade jurídica do que apresentamos, e argumentaremos da forma mais séria. Vamos ganhar o processo e conseguiremos reduzir de forma drástica o tráfico ilícito de armas para o México”, acrescentou o ministro.

Entre as empresas acusadas pelo México incluem-se a Smith & Wesson, Beretta, Colt, Glock, Century Arms, Ruger e Barrett, que produzem mais de 68% das mais de meio milhão de armas introduzidas clandestinamente no México em cada ano, segundo as informações incluídas na queixa mexicana.

Ebrard afirmou não existir qualquer precedente que envolva o Governo mexicano “num litígio desta natureza” e disse que a iniciativa tem o aval do Presidente Andrés Manuel López Obrador.

O ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que esta acção judicial pretende que os fabricantes de armas compensem o Governo mexicano pelos prejuízos causados pelas suas “práticas negligentes”.

Mais de meio milhão de armas são traficadas anualmente entre os EUA e o México, sendo responsáveis por 17.000 homicídios anuais, segundo os dados divulgados pela Secretaria de Relações Exteriores (SER), o ministério responsável pela diplomacia mexicana.

Segundo as estimativas oficiais, também representam um custo de 1,5% do produto interno bruto (PIB) do país.- LUSA

Fonte:Jornal Notícias

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