A CONFEDERAÇÃO das Associações Económicas de Moçambique (CTA), maior organização empresarial nacional, considerou hoje (11) que a reconquista de áreas ocupadas pelos grupos armados em Cabo Delgado abre “perspectivas positivas” para as empresas e economia do país.

“As perspectivas positivas do sector privado têm alicerce, essencialmente, no retorno das actividades empresariais e dos projectos ora suspensos devido aos ataques terroristas, com realce para o projecto da Total Energy”, refere a CTA, em comunicado.

Aquela organização assume que a vitória sobre os grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, vai resultar no reatamento do projecto de gás da multinacional francesa Total Energy – o maior investimento privado em África – e na reactivação de contratos com empresas moçambicanas que prestam bens e serviços ao empreendimento.

A CTA assinala que a retoma do projecto poderá constituir um alívio para as pequenas e médias empresas que forneciam bens e serviços ao empreendimento petrolífero.

“De igual forma, esta situação poderá propiciar a estabilidade social decorrente do retorno da população que se encontra refugiada, mitigando, deste modo, o drama humanitário que se vive”, avança o comunicado.

Devido à suspensão das actividades da Total Energy, na sequência do ataque terrorista do dia 24 de Março do presente ano, à vila de Palma, capital do distrito de mesmo nome, várias empresas foram significativamente afectadas, sobretudo aquelas que se encontravam envolvidas directa ou indirectamente neste projecto, observa aquela organização empresarial.

A CTA cita um estudo por si realizado que apontou que cerca de 288 empresas suspenderam as suas actividades nos distritos de Mocímboa da Praia e Palma, afectando um total de 23 mil postos de trabalho.

O levantamento apurou que a paralisação do projecto da Total Energy resultou na suspensão do fornecimento de mercadorias no valor de 35 milhões de dólares (2,2 mil milhões de meticais).

Na terça-feira(10), o comandante do Exército moçambicano, Cristóvão Chume, disse que a força conjunta Moçambique e Ruanda que reconquistou, no domingo (08), a sede de Mocímboa da Praia, desdobra-se em “missões de limpeza” em todo o distrito.

“Neste momento, decorrem missões de defesa em toda a área de Mocímboa da Praia”, disse Chume, em declarações à comunicação social a partir da sede daquele distrito costeiro, no Norte de Cabo Delgado.

A vila costeira de Mocímboa da Praia, por muitos apontada como a “base” dos insurgentes e onde os ataques começaram em Outubro de 2017, é uma das principais do norte da província de Cabo Delgado-  LUSA

Fonte:Jornal Notícias

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