A OMS (Organização Mundial da Saúde), pela voz da directora regional africana Matshidiso Moeti, divulgou, segunda-fe  ira última, que já foi identificado, no Gana, o “Vírus de Marburg”, tido como o mais perigoso do mundo. A prevenir alarmes extremos, dada a morte de duas pessoas no sábado, a doutora Moeti, que dirige a OMS-África desde 2015, indica que “a acção decisiva e imediata” da entidade vai permitir dedicar mais atenção aos atingidos, bem como “canalizar recursos” para erradicar o vírus, escreve a publicação A Semana.

O vírus mais perigoso do mundo foi classificado pela primeira vez em Marburg – cidadezinha alemã às margens do rio Lahn, a uns quatrocentos quilómetros de Berlim. Foi em 1967 que pessoas, a trabalharem em laboratórios em Marburgo, Frankfurt e na capital da Sérvia, Belgrado, foram infectadas. Sete das vítimas mortais nos dois países europeus tinham lidado com macacos verdes e/ou a sua pele importados do Uganda.

Quatro décadas depois, identificou-se um novo caso, fatal, numa turista neerlandesa que tinha estado no Uganda. Nesse mesmo ano, 2008, uma turista americana contraiu a doença, mas recuperou-se. Ambas tinham visitado uma das cavernas habitadas por morcegos frugívoros, num parque conservacionista.

Em 2005, o maior país dos PALOP, Angola, foi flagelado por um surto de vírus-de-Marburgo que resultou na morte de mais de duzentas pessoas. É, até agora, o maior surto mortífero registado.

COMO ACONTECE A TRANSMISSÃO

Segundo a CNN Brasil, o hospedeiro reservatório do vírus Marburg é o morcego da espécie Rousettus aegyptiacus, que habita em cavernas e é amplamente distribuída pela África. Morcegos infectados não apresentam sinais característicos da doença. Primatas, como humanos e macacos, podem ser infectados e desenvolver doença grave com alta mortalidade.

A infecção humana acontece a partir do contacto com morcegos infectados.

Quando um indivíduo é infectado, o vírus pode espalhar-se através da transmissão entre pessoas por contacto directo (através de lesões na pele ou pelas membranas das mucosas) com sangue, secreções ou outros fluidos corporais de infectados.

Objectos contaminados com fluidos corporais de uma pessoa que está doente ou morreu da doença, como roupas de cama, agulhas e equipamentos médicos, também são fontes de transmissão.

As pessoas em maior risco são familiares e profissionais de saúde que cuidam de pacientes infectados sem o uso de medidas adequadas de prevenção. Veterinários e especialistas de laboratórios ou pesquisadores que atuam com primatas não humanos de África também podem ter maior risco de exposição ao vírus.

SINAIS E SINTOMAS

Conforme a mesma fonte, após um período de incubação de 2 a 21 dias, o início dos sintomas é repentino e marcado por febre, calafrios, dor de cabeça e no corpo. Por volta do quinto dia após o início dos sintomas, pode ocorrer erupção na pele, principalmente no peito, costas e região do estômago.

Os pacientes podem apresentar náuseas, vômitos, dor no peito, dor de garganta, dor abdominal e diarreia. O agravamento da doença leva a sintomas como icterícia (cor amarelada dos olhos e da pele), inflamação do pâncreas, perda de peso significativa, delírios, choque, insuficiência hepática, hemorragia e disfunção de múltiplos órgãos.

DIAGNÓSTICO DA DOENÇA

Como os sinais e sintomas da doença causada pelo vírus Marburg são semelhantes aos quadros clínicos de outras doenças infecciosas, o diagnóstico pode acontecer de maneira tardia, acrescenta a CNN Brasil.

A identificação de sintomas precoces característicos da doença e dados que relacionem a uma possível exposição ao vírus indicam a necessidade de isolamento do paciente e notificação das autoridades sanitárias.

O diagnóstico pode ser realizado em laboratório a partir de amostras do paciente. As técnicas incluem o diagnóstico molecular (RT PCR), que permite a identificação do material genético do vírus, e testes de antígeno.

TRATAMENTO DA DOENÇA

A fazer fé na CNN Brasil, não existem tratamentos específicos para a doença causada pelo vírus Marburg.

Pacientes internados em hospitais podem receber terapia de suporte, com o objectivo de controlar os impactos da infecção para o organismo. As medidas incluem a manutenção do status de oxigênio, controlo da pressão arterial, substituição de sangue perdido e o tratamento de possíveis complicações.

PREVENÇÃO DA DOENÇA

Segundo a fonte referida, as medidas preventivas contra a infecção pelo vírus Marburg incluem evitar áreas com a presença de morcegos que se alimentam de frutos e o contacto com primatas não humanos doentes.

Diante da suspeita ou confirmação da doença, devem ser adoptadas medidas de prevenção e controlo de infecção para evitar o contacto físico directo com o paciente.

Além do isolamento, os cuidados incluem o uso de aventais, luvas e máscaras de proteção, esterilização e descarte adequado de agulhas, equipamentos e dejetos do paciente, conclui a CNN Brasil que cita fontes autorizadas no domínio da saúde.

Fonte:O País

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