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O Banco de Moçambique afirma que os riscos e incertezas subjacentes às projecções de aumento de custo de vida causado pela subida generalizada de preços se mantêm elevados. O alerta surge depois de o Comité de Política Monetária (CPMO) da instituição reunir-se esta quarta-feira (31 de Maio).

 

Em comunicado, o Banco Central explica que, a nível interno, as projecções de aumento de custo de vida devem-se à pressão sobre a despesa pública, num contexto de fraca arrecadação de receitas, e às incertezas quanto à evolução do preço de bens administrados, sobretudo dos combustíveis líquidos. Na envolvente externa, a fonte realça as incertezas quanto aos efeitos do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a dinâmica dos preços das mercadorias, bem assim a volatilidade dos mercados financeiros.

 

Todavia, a médio prazo, o Banco Central sublinha que se consolidam as perspectivas de uma inflação de um dígito. Na nota de imprensa, a instituição lembra que, em Abril de 2023, a inflação anual reduziu para 9,6 por cento, a reflectir, sobretudo, a redução dos preços dos bens alimentares no mercado internacional, num contexto de uma evolução favorável da taxa de câmbio do Metical.

 

“A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens administrados, também reduziu. Para o médio prazo, consolidam-se as perspectivas de inflação de um dígito, resultante do impacto das medidas que vêm sendo tomadas pelo CPMO, da manutenção da estabilidade cambial e da tendência de redução dos preços das mercadorias de importação no mercado internacional”, acrescenta a nota.

 

No mesmo documento, o Banco Central diz que se mantêm as perspectivas de um crescimento económico moderado. Refere que, no primeiro trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em 4,2 por cento, a reflectir, essencialmente, o bom desempenho da indústria extractiva. Para 2023 e 2024, a instituição antevê que a indústria extractiva continue a contribuir para a aceleração do crescimento do PIB. Excluindo os projectos de gás, o regulador do sistema financeiro nacional perspectiva um crescimento económico moderado.

 

No comunicado que temos vindo a citar, o Banco Central sublinha ainda que a dívida pública interna se agravou, situando-se em 302,8 mil milhões de Meticais, o que representa um aumento de 27,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2022.

 

Por causa da prevalência de riscos de elevado custo de vida e contínuo aumento da dívida pública interna, o Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25 por cento.

 

Adicionalmente, o CPMO decidiu aumentar os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional de 28,0 por cento para 39,0 por cento, e em moeda estrangeira de 28,5 por cento para 39,5 por cento, visando absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária.

 

“O CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções de inflação e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias”, conclui o documento assinado pelo Governador do Banco Central, Rogério Zandamela. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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