Apenas 72 gavetas, das 140 existentes para a conservação de corpos, funcionam na Morgue Municipal anexa ao Hospital Central de Maputo (HCM). A inoperância de 68 gavetas propicia actos de corrupção por parte dos funcionários para a cedência de espaço para a conservação de corpos. Nesta quarta-feira (20), a Vereadora de Saúde do Conselho Municipal de Maputo, Alice de Abreu, visitou de surpresa a Morgue do HCM para inteirar-se das reclamações dos utentes e fiscalizar o andamento das obras em curso.

 

“Constatamos que os munícipes contribuem para as cobranças ilícitas, aliciando os trabalhadores da Morgue. Assim sendo, apelamos aos munícipes para que evitem esses actos de corrupção, ligando para os números que fazem a gestão destes serviços”, disse.

 

“Se eu for à morgue do HCM e constatar que não há capacidade para conservação porque todas as câmaras estão cheias, não devo tentar aliciar o funcionário para que coloque o corpo do meu ente querido”.

 

Em relação ao facto de quase metade das gavetas não estarem a funcionar, Alice de Abreu disse que estão em curso obras para aumentar a capacidade de conservação dos corpos, num investimento de oito milhões de Mts, disponibilizados pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo.

 

De Abreu garantiu que decorrem obras de manutenção das câmaras para que funcionem por mais tempo. Na ocasião, a Vereadora disse que um dos maiores constrangimentos que se regista na Morgue é a falta de reclamação dos corpos, o que também contribui para a fraca capacidade de resposta. Só em 2023, não foram reclamados 3000 corpos e, após trinta dias, foram levados à vala comum. (M.A)

Fonte: Carta de Moçambique

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