Diante desta realidade, Beatriz Buchili diz que não vê outro caminho, senão orientar e encorajar os magistrados a continuarem a trabalhar, como forma de demonstrar aos promotores e agentes dos chamados crimes de colarinho branco, que o combate a práticas lesivas ao Estado e à maioria dos cidadãos serão permanentemente combatidas, independentemente das circunstâncias em que esse combate tiver de ser feito.“Queremos reiterar o nosso repúdio a esses actos que constituem uma afronta à administração da justiça, ao Estado de Direito Democrático e fragilizam as instituições da justiça”, disse Buchili, acrescentando que “encorajamos a todos os magistrados e demais colegas a não se deixarem intimidar e a continuarem firmes no cumprimento da sua missão de combate à criminalidade organizada”.Para a Procuradora Geral da República, que falava, na sessão de abertura da reunião tripartida entre o Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional (GCCCOT), Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) e Gabinete Central de Recuperação de Activos (GCRA), as instituições tuteladas não podem permitir que a criminalidade organizada continue a tirar vidas humanas a delapidar os recursos nacionais e, inviabilizando o desenvolvimento humano e a construção do nosso Estado de Direito democrático.Já o sub-procurador Geral da República e director adjunto do Gabinete Central de Combate à Corrupção, Eduardo Sumana, mostrou alguma satisfação com os avanços que a instituição vem registando nos últimos anos.A título ilustrativo, referiu-se ao reforço das suas competências nos domínios da prevenção e investigação, no alargamento do rol de crimes de catálogo, à sua expansão territorial, e ao incremento de recursos humanos e outros ganhos tidos como de destaque. Nisto, fez menção ao facto de o domínio processual apontar para 11 mil 30 processos tramitados nos últimos 10 anos, dos quais 10 mil 403 foram findos, um desempenho na ordem de 94 por cento.“Em conexão com os referidos processos, em sede de instrução logramos apreender 2.905.259.882 meticais, para além de 56 imóveis e 83 viaturas, como produto e ou vantagens das actividades ilícitas investigadas”, explicou aquele dirigente.As reuniões dos órgãos subordinados à Procuradoria Geral da República, que vão até ao dia 20 de Junho corrente, decorrem sob o lema: por um Ministério Público eficiente no combate à Corrupção, Criminalidade Organizada e Transnacional e Recuperação de Activos.
Fonte: Folha de Maputo