Moçambique defende a adopção de reformas nas Nações Unidas, sobretudo no Conselho de Seguranças para a correcção do que chama de injustiça histórica para com os países africanos. O apelo é do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, que discursou, esta segunda-feir,a na sede da organização

Moçambique voltou a falar ao mundo na Assembleia-Geral das Nações Unidas, e, desta vez, pediu reformas para maior inclusão dos países africanos no Conselho de Segurança. No seu discurso, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves, disse haver injustiça em relação a África.

“Alinhamos as vozes que defendem a urgência da reforma das Nações Unidas, sobretudo ao nível do Conselho de Segurança, para uma maior inclusão, particularmente dando voz permanente ao continente africano, corrigindo, desta forma, a injustiça histórica a que foi sujeito. Encorajamos a contínua colaboração entre as Nações Unidas e a União Africana para a superação dos conflitos no quadro da manutenção da paz e segurança internacionais”, adverte o governante.

Quando faltam apenas seis anos para o término do prazo estabelecido para concretização dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, Moçambique fala da necessidade de financiamento da agenda. Para Manuel Gonçalvez, “torna-se urgente a mobilização dos recursos necessários para o seu financiamento, bem como para os outros objectivos de desenvolvimento acordados internacionalmente, de modo a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, os Estados-membros a acelerar a materialização dos compromissos assumidos, incluindo o reforço da cooperação mutuamente vantajosa para responder aos desafios prevalecentes entre os quais o combate à pobreza, conflitos, terrorismo e mudanças climáticas”.

Sobre o terrorismo em Cabo Delgado, Moçambique agradeceu o mundo pelo apoio no combate ao mal. “Queremos reiterar o nosso apreço e gratidão a todos os parceiros bilaterais e multilaterais que não têm medido esforços no apoio que nos têm prestado no combate contra o terrorismo e para o restabelecimento da paz e tranquilidade das populações vítimas e para a reconstrução de infra-estruturas económicas sociais nas zonas afectadas pelas acções terroristas”. avançou.

Aliado a isto, Gonçalvez disse às Nações Unidas que o país tem enfrentado múltiplos e complexos desafios, que incluem a exposição a riscos associadas às mudanças climáticas, tais como ciclones cíclicos, secas, cheias e inundações.

No último dia de debates na 79ª Sessão da Organização das Nações Unidas, o país voltou a apelar à remoção das sanções unilaterais contra Zimbabwe e Cuba, ressaltando que tais medidas prejudicam o desenvolvimento e o bem-estar das populações afectadas ao mesmo tempo que lamentou a continuidade das guerras na Ucrânia, Médio Oriente e parte de África e exige que as partes resolvam as diferenças na base de diálogo.

 

Fonte:O País

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