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A capital do país esteve ontem paralisada em mais um dia de manifestações, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, em repúdio aos resultados eleitorais, sequestros, raptos e violência policial. Tal como na segunda-feira, no primeiro dia das manifestações, alguns serviços públicos estiveram encerrados, enquanto outros funcionaram a “meio-gás”, com alguns utentes entrando e saindo de forma tímida.

 

Logo cedo, as ruas estavam desertas, com poucos transportes públicos em circulação, incluindo comboios. Algumas padarias estavam abertas, mas com filas longas para a compra de pão. Nas artérias da cidade de Maputo, movimento de pessoas e viaturas era fraco, com a Polícia a tomar de assaltos os principais pontos de aglomeração.

 

Entre os serviços públicos que estiveram encerrados estão a Direção de Identificação Civil, na Av. Eduardo Mondlane, onde os cidadãos se surpreenderam ao encontrar as portas fechadas, pois, os funcionários não conseguiram se fazer ao local de trabalho.

 

Os Hospitais Central de Maputo e Geral de Mavalane também registaram pouca afluência e os poucos utentes que lá foram não sabiam se seriam atendidos. “Eu fui ao Hospital Central por ser a maior unidade sanitária do país e tinha a certeza que estaria a funcionar em pleno. Eu vivo no bairro da Malhagalene e só saí de casa porque sinto muitas dores no pescoço desde a noite de quarta-feira”, disse Inês Nhachingo.

 

“Tivemos que reorganizar nossas escalas em razão da greve. Os que entraram na noite de quarta-feira vão ter que ficar até as primeiras horas da quinta-feira e, mesmo quem não costuma fazer turnos à noite, terá que entrar na escala para garantir que os pacientes recebam atendimento a tempo inteiro”, explicou um funcionário do Hospital Geral de Mavalane.

 

Já o Serviço Nacional de Migração (SENAMI) funcionou a “meio-gás”. Até às 12h00, registava pouca afluência de utentes, pelo que alguns funcionários colocavam “o papo” em dia por falta de trabalho. A Direção do Registro Criminal abriu às portas, mas esteve às “moscas”. Poucos utentes deslocaram-se à instituição para tratar seus documentos.

 

O ensino também esteve paralisado. Quase todas escolas da capital do país (públicas e privadas) estavam encerradas. Em algumas escolas, os alunos foram informados de que não teriam aulas, mas em outras não houve quaisquer informações, pelo que foi possível ver alunos uniformizados tentando chegar à Escola. (M. Afonso)

Fonte: Carta de Moçambique

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