MOÇAMBIQUE está presente no XIX Festival Mundial da Juventude de Sochi, Rússia, com uma delegação composta por 50 jovens oriundos de todas as províncias do país e representando diversos extractos sociais.

Trata-se de um evento mundial que junta 20 mil jovens provenientes de 150 países e que se realiza sob o lema “Pela justiça e paz, lutando contra o imperialismo, honrando o passado e construindo o presente”. A delegação moçambicana é encabeçada pelo presidente do Conselho Nacional da Juventude, Manuel Formiga, e pelo secretário-geral da OJM, Mety Gondola.

A decorrer até domingo, o Festival Mundial da Juventude, que arrancou sábado naquela cidade russa, é, segundo Edilson Munguambe, membro do comité nacional de preparação do evento, um espaço privilegiado de diálogo e debate de ideias sobre os principais desafios que a camada jovem enfrenta, particularmente na componente de desenvolvimento económico, preservação da soberania dos estados, segurança e participação activa deste grupo social na materialização destes.

Cultura e globalização, economia global, economia do conhecimento, o desenvolvimento das instituições públicas, a política e a segurança internacional são os temas que estão em debate no Festival Mundial da Juventude de Sochi.

Edilson Munguambe disse tratar-se duma oportunidade ímpar para a juventude moçambicana, a julgar pelos temas elencados para o debate, tendo em conta o contexto actual do país, numa altura em que o Presidente da República, Filipe Nyusi, tem estado a desenvolver esforços no sentido de promover uma paz efectiva e reconciliação nacional.

“A juventude que está a participar no festival tem uma oportunidade de explorar experiências de outros países do mundo e colher sensibilidades sobre aquilo que podem ser os eventuais caminhos a recomendar ao nosso Governo para que possamos contribuir nesse esforço inquestionável que o Presidente da República tem estado a levar a cabo com vista à materialização, o mais breve possível, do desiderato da paz efectiva”, afirmou.

Tem, por outro lado, o desafio de desenvolvimento inclusivo. Segundo Munguambe, sendo Moçambique um país emergente e estando presente no festival vários países do mundo, a juventude terá a oportunidade de perceber as estratégias que estão a ser adoptadas no sentido de promover um desenvolvimento acelerado e, acima de tudo, inclusivo que beneficie esta franja da sociedade.

Sendo a juventude a maioria da população do país, todas as políticas que o Governo adoptar devem ser eficazes no sentido de garantir a sua inclusão e promover o seu bem-estar. Porém, disse, a juventude tem a consciência de que é necessário assumir uma atitude proactiva no processo.

Jovens actores da mudança

“A EXPECTATIVA é que, ao voltarmos (de Sochi), façamos uma corrente como jovens, para que possamos abraçar aquilo são os esforços do país, trazendo ideias concretas sobre o que pensamos que deve ser o país no futuro. Estão lá 50 jovens que representam todas as províncias do país, jovens que não são só membros da OJM”, disse Edilson Munguambe.

A Organização da Juventude Moçambicana (OJM) é membro de pleno direito da Federação Mundial da Juventude, organizadora do evento. Munguambe explicou que a OJM proporcionou oportunidade a outros jovens que não sejam necessariamente filiados à organização ou ao partido Frelimo, daí que integram a delegação moçambicana jovens representando diversas associações filiadas ao nível do Conselho Nacional da Juventude.

Estão igualmente representados no festival jovens vinculados a diversas instituições do Estado e do Governo, jovens empresários que, por iniciativa própria, se interessaram no projecto e assumiram os encargos pessoais decorrentes da sua participação no evento, bem como jovens activistas culturais que, segundo a fonte, vão contribuir para promover a imagem e o bom nome de Moçambique além fronteira.

Questionado sobre se a luta que se pretende travar contra o colonialismo não está desfasada, tendo em conta o contexto mundial actual, Edilson Munguambe disse haver uma questão premente que se tem estado a dar ênfase no festival, relacionada com a discussão da nova tendência de ingerência política nos assuntos domésticos a nível mundial, ou seja, agendas contrárias aos desafios dos estados modernos e emergentes.

“Nós estamos a falar, por exemplo, da questão relacionada com a pirataria, com o fundamentalismo, entre outras formas de manifestação que contrariam o objectivo central do mundo global, que é o equilíbrio, a harmonia, a estabilidade, paz e a justiça social. Por esta via, este tema é muito pertinente, no sentido de se estudar as causas da interferência política desses movimentos que procuram, acima de tudo, se concentrar em interesses mais capitalistas do que colectivos”, disse.

Edilson Munguambe afirmou que o evento coincide com um marco muito importante, que é a celebração dos 100 anos da Revolução de Outubro na Rússia, conhecida como a Revolução Bolchevique, um marco histórico que mudou o modelo da administração russo, onde jovens intelectuais que, cansados do regime opressor vigente na altura, decidiram organizar-se no sentido de instalar um Estado mais justo e de harmonia social.

Defendeu que só a juventude é que pode fazer a mudança e construir uma sociedade almejada por todos.

A Rússia recebeu o festival duas vezes, na época da ex-URSS, nomeadamente em 1957 (VI Festival), e em 1985 (XII festival). No VI Festival Mundial de 1957, que teve lugar em Moscovo, o festival reuniu o maior número de participantes de toda sua história.

O objectivo do festival é consolidar a comunidade de jovens de todo o planeta em torno da ideia de justiça, reforçar os laços internacionais, bem como desenvolver a interacção  intercultural no seio da camada jovem.  

Preservando a história do festival, a XIX edição é vista como uma nova etapa na cooperação internacional, devendo reunir as próximas gerações em torno dos ideais da paz e amizade. Os idiomas do festival são os seis oficiais das Nações Unidas.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/72504-a-decorrer-na-cidade-russa-de-sochi-mocambique-presente-no-festival-da-juventude.html

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