A UEFA realizou um documentário em Portugal, lançado esta quinta-feira, no âmbito da campanha #EqualGame.

O filme conta a história de um jovem imigrante angolano, que através do futebol conseguiu fugir aos problemas da droga e do crime, ao contrário dos seus sete amigos de infância, que atualmente se encontram presos. Aurio Emerson, mais conhecido por “Puma”, chegou a Portugal com três anos de idade, tendo crescido no Bairro da Jamaica (concelho do Seixal), local afetado por episódios de violência, delinquência, tráfico de droga e pobreza.

“Puma” sempre teve o sonho de ser jogador de futebol, tendo até chegado a prestar provas nos escalões de formação do SL Benfica, acabando por não ficar, por falta de documentação na altura.

O protagonista, de 28 anos, tornou-se num exemplo para a sua comunidade, após ser convocado para o Mundial de Futebol de Rua. Hoje em dia trabalha com a associação de solidariedade
Criar-T
, onde ajuda pessoas carenciadas, de diferentes etnias, a desenvolverem as suas competências e atividades.

“Acredito que a minha experiência no bairro pode inspirar os mais jovens a seguir o caminho certo. O futebol tem ferramentas que nos podem ajudar a sair do “foco” do bairro e a perceber que existe uma luz no fundo do túnel”, partilhou “Puma”.

“Puma” é pai de um menino com oito anos, chamado Leandro, do qual augura um futuro melhor que o seu.

“Nós podemos sair do bairro, mas o bairro nunca sai de nós”, remata o angolano, relembrando a frase que leva consigo para vida.

O documentário teve o apoio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a qual, através do seu presidente Fernando Gomes, frisou a importância que o futebol pode ter na inclusão social.

“Consideramos que o futebol, pelo impacto que tem na sociedade, é um motor importante de inclusão e não nos alheamos desta realidade”, enalteceu Fernando Gomes, lembrando que a FPF tem reforçado a sua ação no que toca à responsabilidade social, apoiando há vários anos o projeto de futebol de rua da
CAIS
.

O dirigente da FPF mostrou-se satisfeito por ver um caso português entre os filmes da campanha #EqualGame: “É uma história inspiradora para outros jovens em situação de risco no nosso país. Mostra o verdadeiro poder transformador do futebol”, evidenciou.

Aleksander Čeferin, presidente da UEFA, tem sido um dos principais impulsionadores da campanha #EqualGame, desde o seu início em agosto do ano passado.

“É de vital importância que a UEFA torne o futebol acessível a todos e seja um líder global na luta pela igualdade social”, salientou o líder esloveno.

O dirigente, de 50 anos, destacou ainda que a série de filmes #EqualGame tem contribuído para a uma maior aproximação da comunidade ao futebol. O responsável máximo da UEFA garantiu “que valores como inclusão, igualdade de género e combate à discriminação vão continuar na linha de frente da visão e dos princípios da UEFA.

Esta foi uma iniciativa que não deixou ninguém indiferente, e que mereceu elogios de algumas personalidade. Foi o caso de Nani, extremo internacional português, por 112 ocasiões, e atual capitão do Sporting, que considera que “o futebol pode inspirar e motivar muita gente”.


A campanha #EqualGame
passa por promover a inclusão, a diversidade e acessibilidade de todos no futebol, independentemente da sua idade, cor, etnia, origem social, sexo, orientação sexual ou crenças religiosas.

Fonte:TSF Desporto

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