Em Janeiro de 2016, Abel Xavier foi apresentado como novo seleccionador nacional de futebol num processo tenso e marcado por muitas críticas em relação ao seu perfil. Mesmo antes de começar a trabalhar, foi colocado em cheque. Vozes há que defendiam que existam treinadores com uma excelente folha de serviço, experiência e competência comprovada comparativamente a Abel Xavier que tem uma curta carreira de treinador. Certo, certo mesmo, é que técnico prometeu fazer dos Mambas uma equipa ganhadora e iniciar um processo de renovação da selecção. De lá a esta parte, os Mambas foram alternando entre bons e maus resultados, e o processo de renovação foi acontecendo com a chamada de novos valores ou talentos. Com a observação de jogadores nas províncias e presença nos jogos das competições internas, Abel Xavier alargou a base de escolhas. E, numa altura em que se preparam para as eliminatórias para o CAN-Interno, no Quénia, em 2018, Abel Xavier não tem a sua situação definida.
Ou seja, não sabe se irá continuar à frente dos Mambas depois que o seu contrato expirar em Outubro, um mês antes da última eliminatória para o CAN-Interno. “Neste momento não há nenhuma manifestação”, respondeu Abel Xavier quando questionado se houve uma aproximação da Federação Moçambicana de Futebol no sentido de renovação de contrato.
Firme, o técnico explicou: “É óbvio que, no início deste processo, quando nós anunciamos as intenções entre a vontade e necessidade do processo, eu falei com o presidente Alberto Simango e disse que, de facto, as etapas tinham que se fazer. O meu contrato é de dois anos. É um contrato que, taxativamente, termina três meses antes, porque há um manifesto de intenção entre ambas as partes de continuar a trabalhar em conjunto”, observou. Sereno, fez uma pausa, e prossegue: “Agora, obviamente, quem começa um projecto desta natureza, que sabe efectivamente que as competições que contam são o CAN, a qualificação para 2019, e o CHAN do Quénia, em 2018, continua focalizado no trabalho”.
O técnico complementou: “Estas situações de nível contratual quem de direito, neste caso a Federação Moçambicana de Futebol, obviamente, deve tomar iniciativas de podermos abordar frontalmente o nosso futuro e aquilo que, porventura, nos une. Neste momento não houve nehuma abordagem”, notou. Os Mambas somente entram na segunda eliminatória de acesso ao campeonato africano reservado aos atletas que actuam nos respectivos países defrontando, entre 14 e 21 de Julho, o vencedor da eliminatória entre o Madagáscar e o Malawi. Abel Xavier aufere 15 mil dólares mensalmente, aproximadamente um milhão e cem mil meticais ao câmbio do dia. O técnico diz estar, neste momento, focado na preparação da selecção nacional para as eliminatórias do CAN-Interno. “Neste momento, o que é importante para mim é começar o trabalho de preparação objectiva dos jogos e, obviamente, a seu tempo serão abordadas todas estas questões”.
Focado no jogo com Angola
Falando sobre o embate do próximo sábado diante de Angola, Abel Xavier diz que “nós sabemos que Angola esta também num processo de transição técnica e que tem um treinador interino que, de alguma forma, acumula funções”. O técnico refere que, em termos estruturais, o Girabola ZAP, campeonato angolano, apresenta “boas condições e temos jogadores moçambicanos que jogam lá”. O técnico diz mais: “Nós temos, também, uma parceria de visibilidade com Angola. E nós queremos marcar pela diferença e queremos nos afirmar. O que nos queremos é ver a equipa a crescer. Eu penso que os indicadores que nós tivemos no jogo contra a África do Sul foram gratificantes porque, de facto, aí estamos a falar de um grande país. Uma grande selecção que tem estado no CAN e no Campeonato do Mundo, portanto, luta por estes objectivos. Também, do ponto de vista da prática de jogo, é importante, porque poderemos depois do Madagáscar encontrarmo-nos com Angola. Este jogo serve para os jogadores sentirem o contacto jogando”, observou.