Actionaid investe 3.5 milhões de dólares em acções sociais

A organização não-governamental Actionaid, que trabalha em prol da melhoria da educação das raparigas e causas sociais, investiu para o ano em curso cerca de 3,5 milhões de dólares norte-americanos destinados ao apoio directo das comunidades em matérias de empoderamento das mulheres, educação e assistência aos casos de violência doméstica.

O montante representa 70 por cento do valor global alocado anualmente ao país por esta organização, no domínio de assistência social com maior incidência no acesso aos direitos e serviços básicos, alternativas económicas para mulheres, igualdade de género, entre outros.

Durante o ano em curso, a Actionaid já prestou acompanhamento, num trabalho coordenado com os líderes comunitários, de mais de 100 casos de violência doméstica, com destaque nos distritos de Namarroi, Alto-Molócuè, Pebane na província da Zambézia, e nos distritos de Manhiça e Marracuene, na província de Maputo.

Dados fornecidos por Amade Suca, director executivo da Actionaid Moçambique, à margem de um evento anual de partilha de resultados do seu programa junto do Governo moçambicano, doadores, sociedade civil e sector privado.

Suca mostrou-se preocupado com a demora das mudanças reais na vida das comunidades, no âmbito da implementação dos projectos da organização que dirige junto com as parcerias do Governo, o caso do acesso à terra por parte das mulheres, que, segundo a fonte, ainda é desafiante.

Não estamos ainda satisfeitos com o impacto porque queremos ver o dia em que os resultados serão visíveis. Estamos ansiosos em ver as mulheres camponesas com Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT’s). Esperamos ver o aumento da produção e da produtividade, assim como as vias de acesso melhoradas, disse.

Porém, o impacto está a demorar muito. Dada a situação da pobreza e da injustiça a que o país está sujeito, é importante que a rapidez do Governo na sua reacção seja notória, acrescentou.

A outra preocupação, segundo o director executivo da Actionaid, prende-se com aquilo que considerou por demora pela parte do Governo na revisão dos acordos sobre justiça fiscal, sobretudo a dupla tributação que a fonte defende como sendo um passo significativo para o desenvolvimento.
A fonte entende que o Governo deve ter recursos financeiros para financiar o desenvolvimento, daí aponta que uma das formas de ter esses recursos é através da revisão dos acordos que tem com as empresas multinacionais.