A empresa concessionária de exploração de rubis onde ontem ficaram soterradas 11 pessoas, numa escavação ilegal, considerou haver inércia e conivência das autoridades face ao comércio ilícito de rubis que diz provocar este tipo de acidentes.

“Estas trágicas mortes estão ligadas à habilidade de determinados compradores estrangeiros em conduzir as suas operações de compra ilegal de rubis, a olhos vistos, em cidades como Montepuez, sem que as autoridades tomem as devidas medidas”, referiu Raime Raimundo, gestor de assuntos corporativos da Montepuez Ruby Mining (MRM), do grupo Gemfields, em comunicado.

Os mesmos compradores “têm a capacidade de entrar e sair do país, principalmente através do Aeroporto Internacional de Pemba”, capital provincial de Cabo Delgado, “muitas vezes sem a documentação requerida, pagando subornos a elementos das autoridades”, acrescentou.

“Como país precisamos actuar contra esta actividade ilegal”, referiu Raime Raimundo, que lança um apelo às autoridades por forma a “fazer cumprir a lei, de modo a parar com a comercialização ilegal de rubis”.

Uma escavação não autorizada dentro da concessão da MRM desabou na madrugada de ontem, no seguimento de chuvas intensas, e soterrou 11 mineiros ilegais, explicou a empresa.

“Oito corpos foram recuperados” e “um mineiro ilegal, arrastado pelas areias quando tentava salvar os que haviam sido soterrados, foi resgatado com vida”, decorrendo trabalhos “para encontrar as restantes pessoas desaparecidas”, acrescentou.

A MRM anunciou que está a providenciar comida, água, pessoal, equipamentos e maquinaria de escavação para as operações de resgate.

A empresa opera no depósito de rubis de Montepuez, na província de Cabo Delgado, cobrindo aproximadamente 35 000 hectares.

 

 

    Fonte:Jornal Notícias

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