A CRIAÇÃO da Área de Protecção Ambiental de Maputo (APA) é um passo importante para a conservação da biodiversidade em Moçambique, segundo defende a organização ambientalista Centro Terra Viva (CTV).

O CTV considera que a iniciativa demonstra o compromisso do Governo em proteger um dos mais importantes repositórios de biodiversidade marinha, costeira e terrestre a nível nacional e no continente, cujo processo de candidatura a património mundial da humanidade decorre em colaboração com a organização. 

O Centro Terra Viva tem vindo a trabalhar na Reserva Marinha Parcial da Ponta de Ouro, uma das áreas que integra os limites do Área de Protecção Ambiental, há cerca de doze anos. Ao longo deste período tem realizado diversas actividades de capacitação, apoio técnico, investigação e monitoria de tartarugas marinhas, recifes de coral, florestas de mangal, pescarias entre outras.

O Governo aprovou a criação da área visando potenciar a gestão integrada desta paisagem com qualidades estéticas, ecológicas e culturais específicas e excepcionais.

A área abrangida tem uma superfície de 623.355 hectares e integra os postos administrativos de Zitundo, Machangulo, Bela Vista e uma parte da Reserva Parcial da Ilha de Inhaca.

Os recursos existentes nesta área de protecção poderão ser explorados mediante uma licença especial emitida de acordo com a legislação específica que rege a gestão das áreas de conservação.     

A região de Matutuíne, parte integrante do projecto, é tida como uma zona importante do globo terrestre em termos de diversidade ecológica, com uma riqueza faunística e um potencial turístico que levou à criação, em 1960, da Reserva Especial de Maputo (REM).

A sua paisagem é composta por praias com recifes de coral, leitos de ervas marinhas, florestas de mangal, ainda uma diversidade de habitats e uma grande variedade de espécies de fauna e flora terrestres e marinhas, algumas das quais endémicas. 

Por sua vez, a Ilha de Inhaca possui uma reserva parcial detentora de uma imensa biodiversidade composta por espécies vegetais de raríssima qualidade de tipos marinhas, casos do peixe-serra, peixe ladrão, peixe vermelho, garoupa, recifes de coral, entre outras. 

A Área de Protecção Ambiental de Maputo será gerida pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC)e por um conselho de gestão que terá a missão de promover uma convivência harmoniosa entre o Homem e a natureza.

Terá igualmente de proceder à gestão do uso múltiplo dos recursos, cuja administração deverá ser feita de forma integrada, incentivando o desenvolvimento de actividades que beneficiem e promovam serviços ecológicos importantes para as comunidades locais e circunvizinhas.

    Fonte:Jornal Notícias

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