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O Presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha, afirma que o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe revela que “estamos diante de um caso político”.

 

“Como partido,  não temos dúvidas de que o assassinato bárbaro dos nossos membros Paulo Guambe e Elvino Dias tem motivações políticas. É nossa convicção que o contexto político em que vivemos motivou um comando que provavelmente foi dado para que os dois fossem eliminados”, disse Forquilha.

 

Falando à estação televisiva STV, Forquilha destacou que os malogrados eram membros fundadores do PODEMOS, com Elvino Dias co-chefiando o departamento jurídico e Paulo Guambe secretário de comunicação e imagem e porta-voz do partido. 

 

A fonte frisou que Elvino Dias e Paulo Guambe eram “peças fundamentais”  na preparação de matérias sobre os processos de impugnação a nível distrital, que culminarão numa impugnação geral.

 

Questionado se havia sinais que pudessem explicar o que aconteceu, Forquilha deu algumas pistas.

 

“Há três dias, Guambe disse-me que estava a ser convidado por alguns conhecidos do partido FRELIMO para um bate-papo e troca de copos. Na ocasião, eu avisei que ele devia ter muito cuidado. Nunca se poderia imaginar que esse convite poderia estar relacionado à sua eliminação. Eu até pensei que poderia haver alguma intenção de negociação, mas não, era realmente para eliminação”, enfatizou. 

 

Por isso, disse Forquilha, “não nos sai da cabeça que foi dado um comando para que eles fossem eliminados, possivelmente, para criar dificuldades para o processo de reclamações em curso. Sabemos que o PODEMOS ganhou, sabemos que o candidato Venâncio ganhou e tudo o que está a ser feito é para nos intimidar, para que não nos possamos preparar e apresentar provas”.

 

Forquilha falava na residência de Paulo Guambe, onde foi prestar solidariedade à família, tendo destacado na ocasião que as armas usadas neste assassinato são as mesmas que o país importou para defender a justiça e a boa governação,  mas pelo contrário estão a ser utilizadas para eliminar aqueles que lutam contra as injustiças.

 

Por outro lado, o irmão mais velho de Paulo Guambe informou que soube da morte do irmão através de uma ligação de um primo que reside em Chimoio.

 

“Eu soube da morte do meu irmão através de um vizinho que entrou no Facebook e me ligou para perguntar se estava tudo bem em casa. Em seguida, meu primo Aguiar, que está em Chimoio, perguntou-me se já tinha visto algo no WhatsApp e eu disse que não. Então, ele pediu para eu entrar no WhatsApp para ver o que estava a acontecer”, detalhou Roberto Guambe.

 

Questionado se notou algo estranho com o irmão nos últimos dias, Roberto Guambe respondeu que “não”, mas avançou que o irmão o informou um dia antes da morte que alguns indivíduos da FRELIMO lhe ofereceram bebida. Ele achou tudo isso estranho, uma vez que um adversário não ofereceria bebida sem nenhuma intenção.                                          

 

Em relação aos pronunciamentos da polícia sobre uma eventual discussão antes do ocorrido, relacionada a questões passionais, Roberto Guambe rebateu e afirmou que isso era mentira, pois o irmão não tinha esse tipo de comportamento.

 

“Ele morreu viúvo, a mulher faleceu há algum tempo. Ele estava a criar o seu filho sozinho. Poderia até ter namoradas, mas que houvesse confusão a ponto de chegar a esse nível, isso nunca aconteceu”, concluiu. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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