Hoje, celebra-se o Dia Internacional de Luta Contra o Tráfico e Consumo Ilícito de Drogas. No país, a droga considerada é um sério problema, mormente nas grandes cidades, pelo que o seu combate é tido como prioritário pelas autoridades.
Para se ter uma ideia, em Abril de 2018, o Governo revelou que os maiores consumidores de drogas em Moçambique, mormente a cannabis sativa, vulgarmente conhecida por soruma, são jovens com idade inferior a 30 anos. O grosso dos referidos estupefacientes é traficado na província da Zambézia.
A informação consta do “Relatório Anual Sobre a Evolução do Trafico e Consumo Ilícito de Drogas”, referente ao ano de 2017, apreciado pelo Executivo numa sessão do Conselho de Ministros. Aliás, na Zambézia foi detectada 73,39% dos 7 614 807 quilogramas de soruma apreendidos no mesmo ano.
Relativamente ao atendimento médico das pessoas que consomem drogas, 10 120 pacientes foram atendidos em 2017, dos quais 2 429 internados. Deste grupo, 81% são homens e 19% mulheres.
Tinga Khau (nome fictício), de 28 anos de idade, confessou que consome drogas, das leves às mais pesadas, há quase 13 anos. Ele perdeu a conta das vezes que se drogou com soruma, cocaína, heroína, entre outras. Hoje, emocional e fisicamente debilitado, o jovem luta com todas as forças para abandonar as drogas. Para além de perceber que essas substâncias fazem mal à sua saúde, Tinga não escondeu que perdeu tudo por causa do vício. Tal como Tinga, há no país tantas outras pessoas na mesma situação e que lutam contra o vício.
Para assinalar o Dia Internacional de Luta Contra o Tráfico e Consumo Ilícito de Drogas, as autoridades moçambicanas trabalharam, ainda hoje, no bairro da Mafalala, na cidade de Maputo, considerado uma das zonas mais críticas quando o assunto são as drogas. O encontro juntou crianças, adolescentes, jovens e adultos.
O objectivo era sensibilizá-los sobre os perigos associados ao tráfico e consumo de estupefacientes.
Na ocasião, a vice-ministra da Juventude e Desportos, Ana Flávia Azinheira, mostrou-se preocupada com o aumento de pessoas de pouca idade, em particular, que consomem substâncias psicotrópicas e entorpecentes. A governante explicou que a preocupação prende-se com o facto de o consumo de drogas não ser mais um problema das grandes cidades, mas também, das comunidades rurais que aflige igualmente as escolas.
Ana Flávia sugeriu que a articulação e comunicação entre as diferentes instituições que lidam com a matéria e a comunidade deve melhorar. Segundo a vice-ministra da Juventude e Desportos, é preciso continuar a encorajar a juventude a não enveredar pelo caminho das drogas.
Mesmo sentimento foi partilhado pela vice-ministra do Interior, Helena Mateus Khida, que também concordou que “o consumo de drogas no país é preocupante” e urge “encontrar formas de passar mensagens” que desincentivem essa prática entre os jovens. Estes precisam “saber o quão perigoso é o consumo de drogas”.
Por sua vez, a União Europeia (UE) fez saber que está a trabalhar com as autoridades moçambicanas para que o Aeroporto Internacional de Maputo integre uma rede de aeroportos internacionais de modo a fortalecer os serviços do Estado na detenção e combate contra o tráfico de drogas.
Este ano, o Dia Internacional de Luta Contra o Tráfico e Consumo Ilícito de Drogas celebrou-se sob o lema “Por uma Juventude Livre de Drogas Promovendo a Saúde e a Justiça”.
Fonte:O País