O Conselho de Administração do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou, há dias, uma subvenção de 47,09 milhões de USD para a primeira fase do Desenvolvimento da Zona Especial de Processamento Agro-Industrial (sigla em inglês, SAPZ) do Corredor de Desenvolvimento Integrado Pemba-Lichinga, um projecto transformacional, que visa melhorar a produtividade agrícola e o desenvolvimento do agro-negócio na província do Niassa.

 

Um comunicado enviado à nossa Redacção explica que o projecto será financiado pelo Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e, na sua primeira fase, visa reforçar a capacidade institucional e o ambiente empresarial para o desenvolvimento agro-industrial e apoiar a produtividade agrícola, as competências e o empreendedorismo, a fim de melhorar o desenvolvimento da cadeia de valor agrícola na província do Niassa, em Moçambique.

 

A nossa fonte refere que o projecto envolve o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural e o Ministério da Indústria e Comércio. Esta iniciativa está de acordo com a Estratégia Nacional de Desenvolvimento de Moçambique (ENDE) 2015-2035, bem como a Estratégia Alimentar África do Banco, para a transformação da agricultura em África que, entre outros, prevê a promoção das “SAPZs” como um dos seus principais programas emblemáticos.

 

O representante do BAD em Moçambique, César Augusto Mba Abogo, é citado pelo comunicado a destacar a iniciativa como um projecto de transformação da agricultura e sublinhou a importância da SAPZ como uma instalação partilhada para permitir aos produtores agrícolas, processadores, agregadores e distribuidores, operar no mesmo bairro para reduzir os custos de transacção, partilhar serviços de desenvolvimento empresarial e aumentar a produtividade e competitividade.

 

“O SAPZ pode promover a participação de pequenos produtores em cadeias de valor e adição deste valor, oferecendo, assim, um modelo de desenvolvimento inclusivo”, concluiu Mba Abogo, citado pela nota. De acordo com a nossa fonte, para o Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, este projecto é um elemento transformador da economia, promotor de inclusão e coesão social e de paz, ao abordar factores importantes da indústria, que permitem o desenvolvimento de infra-estruturas, conteúdos locais, desenvolvimento rural, inovação e capacitação institucional, tanto no sector público como no privado, num só pacote e constituirá, definitivamente, uma mudança de jogo do desenvolvimento do corredor Pemba-Lichinga, em particular.

 

Por sua vez, o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, reconheceu a importância deste projecto para Moçambique por se encaixar perfeitamente no Plano Quinquenal do Governo 2015-2019, que identifica “o sector agrícola como central para as ambições de crescimento económico do país e a promoção de um crescimento mais inclusivo, que procura contribuir directamente para a erradicação da pobreza no país e para a necessidade de diversificar, afastando-se da agricultura de baixa produtividade e orientada para a subsistência, para actividades de maior produtividade, como as industriais e transformadoras, incluindo o agro-processamento”.

 

O projecto basear-se-á numa longa lista de intervenções do Banco no norte de Moçambique, para o fornecimento de infra-estruturas e irá desbloquear, a partir do Niassa, o potencial agrícola do corredor de Nacala. Refira-se que no âmbito desse projecto foram, em princípios de Dezembro corrente, inauguradas duas estradas, nomeadamente, EN13 no troço Cuamba-Muíta, no Niassa, e o troço Montepuez-Ruaça da estrada EN14 que liga as províncias de Cabo Delgado e Niassa. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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