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Baixo Zambeze: ARA apela à retirada imediata da população

A ADMINISTRAÇÃO Regional de Águas do Centro (ARA-Centro) apela à  população dos distritos do baixo Zambeze para se retirar imediatamente das áreas de risco de inundações, devido às descargas, na ordem de 3.650 metros cúbicos, efectuadas pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa, desde a passada quarta-feira.

Custódio Vicente, director da ARA-Centro, disse que as áreas de risco se situam nos distritos de Dôa e Mutarara, em Tete, Chemba e Marromeu, em Sofala, e Chinde, na Zambézia.

O apelo foi feito ontem e é dirigido aos governos locais, agentes económicos e a população em geral, para a tomada de medidas preventivas. O aviso estende-se também para a necessidade de se evitar a travessia dos rios.

As descargas da HCB são justificadas pelo facto de a albufeira estar a receber um elevado volume de água, acima de quatro mil metros cúbicos por segundo, dos países à montante. Neste sentido, a barragem deve libertar o excesso, para evitar danos na albufeira.

Custódio Vicente revelou que a onda de água descarregada pela HCB vai se fazer sentir sentir, no baixo Zambeze, nos próximos sete dias, porém, urge a necessidade imediata da tomada de medidas de precaução.

Na zona Sul do país a preocupação está relacionada com a subida dos níveis dos rios Limpopo, em Gaza, e Incomáti, em Maputo, que colocam em risco a população das zonas ribeirinhas.

Em Gaza, o delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres (INGD), Manuel Malhaieie, fala de mais de trinta mil pessoas expostas ao perigo de cheias e inundações, em cinco distritos, devido ao transbordo do rio Limpopo.

Trata-se de habitantes dos distritos de Chókwè, que deverão começar a sentir o impacto nas próximas horas, e ainda Guijá, Chibuto, Xai-Xai e Limpopo, na iminência de enfrentar uma segunda vaga de inundações. 

Segundo o delegado, esta vaga resulta das chuvas intensas provocadas pela passagem do ciclone Eloíse, no Zimbabwe e na África do Sul.

A população das zonas de risco é instada a procurar zonas seguras para evitar a perda de vidas humanas.  Com relação ao Incomáti, o alerta é para os postos administrativos da Ilha Josina e Xinavane.

O delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, Amir Abdula, disse que o transbordo do rio já está a inundar alguns campos agrícolas.

Indicou  que na sequência da submersão de duas pontecas, a ligação rodoviária entre a localidade de Mulelemane e a vila-sede do distrito de Magude, na província de Maputo, está interrompida.

Entre sábado e domingo, a região Centro dopaís foi atingida pelo ciclone Eloise, que provocou 16 mortos, de acordo com o INGD.

O ciclone também afectou o Zimbabwe e a África do Sul, cujos rios estão a drenar elevadas quantidades de água para jusante.

O nosso país está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de Outubro e Março, susceptível à ocorrência de ciclones, cheias e inundações.

Fonte:Jornal Notícias