MAPUTO – “Estamos a assumir uma projecção realista que o PIB moçambicano volte a crescer numa banda de 3 a 4%, o que, a acontecer, significa menos do que as expectativas do Plano Económico e Social” apresentado pelo Governo e que previu 5%, afirmou Waldemar de Sousa, administrador do banco central.

Waldemar de Sousa falava durante o Conselho Empresarial Nacional organizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique.

Para aquele dirigente, a inflação, por sua vez, cairá para o intervalo de 12,5% a 14,5%.

Em 2016 a taxa de inflação foi de 25%.

Waldemar de Sousa diz que é necessário prestar atenção a riscos de conjuntura doméstica, destacando, a título de exemplo, a crise política e militar, que limita o potencial das empresas e da economia.

A recuperação da confiança dos doadores do Orçamento do Estado e do Fundo Monetário Internacional (FMI) é também apontada pelo responsável como um desafio.

“Estamos todos ansiosos para ver qual será o desfecho deste dossiê da auditoria internacional às dívidas. É fundamental que voltemos a ter os parceiros”, acrescentou Waldemar de Sousa, lembrando que o Orçamento do Estado moçambicano depende, entre 50% e 60%, em média anual, de recursos exteriores.

Moçambique recupera de um período de crise económica, marcado pela subida do custo de vida, forte desvalorização do metical face ao dólar e suspensão do apoio directo ao Orçamento de Estado pelos parceiros internacionais.

O Estado moçambicano foi prejudicado pelo escândalo das dívidas ocultas, contraídas entre 2013 e 2014, pela crise política e militar e pelos desastres naturais que comprometeram a campanha agrícola do ano passado, deixando mais 1,5 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.[CC]

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