O Banco de Moçambique reduziu de 14.25% para 13.50% a taxa de política monetária, mais conhecida por taxa mimo. O anúncio foi feito, esta segunda-feira, por Rogério Zandamela, Governador do Banco de Moçambique.

Com a decisão anunciada pelo Comité de Política Monetária, o dinheiro no país poderá ficar menos caro para os bancos comerciais e consequentemente para os seus clientes, segundo o Comitê de Política Monetária do Banco de Moçambique.

“O Comitê de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu reduzir a taxa MIMO, de 14,25% para 13,50%.”

O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, explicou que a decisão é “sustentada pela contínua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções mantém-se favorável.”

Pelo facto de o Estado estar a recorrer bastante ao endividamento interno, o Banco de Moçambique alerta para a pressão que isso faz ao sistema financeiro.

Segundo Rogério Zandamela, o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 402, 7 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 90,3 mil milhões em relação a Dezembro de 2023.

Entre o que Rogério Zandamela chamou de “boas notícias”, listou, também: o crescimento do Produto Interno Bruto, o aumento dos níveis de inclusão financeira no país, entre outras, mas também, encorajou os bancos a não se acomodarem diante da falta de divisas.

Aliás, recentemente, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) alertou que as medidas de restrição cambial do Banco de Moçambique estão a criar escassez de divisas no mercado. Esta segunda-feira, Rogério Zandamela, Governador do Banco de Moçambique, reconheceu haver desequilíbrio na disponibilidade de dinheiro, contudo aconselhou a banca a não se acomodar e buscar “soluções locais nas instituições com excedente ou internacionalmente”.

“Neste mercado, há uma certa forma de segmentação, alguns bancos têm maior disponibilidade e maior conforto e os que têm mais dificuldades. Os bancos que têm problemas, uma parte é tentar ver as instituições que têm excedente de divisas, mas podem fazer mais e podem buscar linhas de crédito internacionais”, disse.

Em acréscimo, Zandamela reiteirou que tal não é só responsabilidade do Banco de Moçambique, pois, “se têm clientes, têm negócios que querem promover e a disponibilidade de divisas quem têm não é suficiente, nada os impede de ir buscar linhas de crédito internacionais e os bancos do mundo fazem isso. Ou buscam localmente ou buscam lá fora, porque o fundo cambial é gestão do Banco de Moçambique”, insistiu.

Ao mesmo tempo, Zandamela assegurou que as as reservas internacionais “mantêm-se em níveis confortáveis, continuam a crescer e situam-se a níveis suficientes para cobrir mais de cinco meses de importações de bens e serviços”.

Os níveis de inclusão financeira cresceram significativamente devido a introdução de novas tecnologias e a modernização das infra-estruturas de pagamento. “De Dezembro de 2022 a Junho de 2024, a percentagem de população adulta com acesso aos serviços financeiros digitais passou de 68,5% para 94,5% num período muito curto.”

Devido a esse e outros factores, o Banco Central perspectiva um crescimento modesto da economia nacional até finais deste ano.

 

 

Fonte:O País

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