O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) anunciou ontem, terça-feira, que vai manter uma linha de financiamento no valor de 500 milhões de meticais (cerca de 8,3 milhões de dólares norte-americanos) dirigida às micro, pequenas e médias empresas do sector de agronegócio em Moçambique para torna-las competitivas e sustentáveis.

A informação foi tornada pública num seminário na Feira Internacional de Maputo (FACIM), que abriu as suas portas na segunda-feira no distrito de Marracuene, província de Maputo.

“Continuamos a reafirmar o nosso posicionamento no mercado, dando o nosso apoio às micro, pequenas e médias empresas que actuam no sector do agronegócio. Esta linha poderá contribuir para a tesouraria de investimento com taxas de juro bastante competitivas e prazos aliciantes”, disse Casimiro Chicava, do BCI.

Dados disponibilizados na ocasião indicam que o sector agrícola emprega actualmente 5,7 milhões de pessoas, o que representa cerca de 70 por cento da população activa do país, sendo o que mais contribui para a economia nacional. Em 2017, a contribuição deste pelouro para o Produto Interno Bruto (PIB) foi de 29 por cento.

A agricultura é a base da economia nacional, mas o sector apenas aproveita 15 por cento da terra arável para a produção agrícola.

A maior parte da produção é desenvolvida por pequenos produtores, enfrentando dificuldades no acesso ao financiamento, devido, entre outros factores, a assimetrias e défice de informação sobre o leque de opções disponíveis no mercado.

É perante este contexto que o BCI aponta o desafio de transformar a agricultura num sector de maior competitividade e sustentabilidade para que continue a constituir a maior fonte de rendimento da população moçambicana.

Para esta instituição financeira, é importante que sejam feitas reformas às políticas públicas para o sector da agricultura, para além de desenhar programas capazes de estimular a competitividade da cadeia nacional. O BCI defende ainda o mapeamento da vocação agrícola local, a introdução do programa nacional de alimentação escolar assente na produção agrícola e definida uma política de preços virada para a agricultura familiar.

    Fonte:Jornal Notícias

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