O BANCO de Moçambique (BM) considera que a rápida propagação da Covid-19 desde o início do ano, o prolongamento dos conflitos militares e a ocorrência de calamidades naturais vão continuar a exigir um maior esforço financeiro do Estado, aumentando assim as preocupações quanto a postura fiscal em 2021.

Desde o Comité de Política Monetária (CPMO) do BM, realizado em Dezembro último, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou de 182.325 milhões de meticais para 183.819 milhões de meticais.

Em comunicado de imprensa, o Banco central refere ainda que após encerrar o ano de 2020 com compras líquidas no montante de 72,4 milhões de dólares norte-americanos, o sistema bancário registou uma pressão cambial no início de 2021, tendo efectuado vendas líquidas no montante de 16 milhões de dólares.

“Durante o período em referência, o Metical continuou a depreciar, reflectindo os elevados riscos e incertezas prevalecentes na economia doméstica e o fortalecimento do dólar norte-americano no mercado internacional. Entretanto, o saldo de reservas internacionais brutas incrementou para 4.086 milhões de dólares até 22 de Janeiro, o que permite cobrir mais de 6 meses de importações de bens e serviços”, frisa o BM.

De referir que, recentemente, o Banco Central anunciou que as perspectivas de curto e médio prazos apontam para um aumento expressivo da inflacção.

“A inflacção anual aumentou pelo quarto mês consecutivo, passando de 2,98% em Setembro para 3,52% em Dezembro de 2020. A inflacção subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados, das frutas e vegetais, aumentou, no mesmo período, de 2,92% para 5,10%, com perspectivas de agravamento nos próximos trimestres”, frisou.

Na óptica da fonte, prevê-se, paralelamente, uma aceleração da inflacção geral no médio prazo, a traduzir os efeitos da repassagem da depreciação do Metical para os preços domésticos, do fim da vigência de parte das medidas de contenção de preços decretadas pelo Governo, no âmbito da Covid-19 e dos choques climáticos”.

Nos últimos tempos tem-se verificadoa materialização de alguns riscos e agravamento de incertezas, destacando-se a rápida propagação da Covid-19 e a ocorrência de calamidades naturais, para além da instabilidade militar nas regiões Centro e Norte do país.

“A nível externo, realça-se o surgimento de novas vagas de infecções e estirpes do novo coronavírus, não obstante as vacinações em curso, bem como a volatilidade dos preços das principais mercadorias e o fortalecimento do dólar norte-americano. Antecipa-se que estes riscos prevaleçam no curto e médio prazos”, realça o BM.

Fonte:Jornal Notícias

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