Carrupeia é nome de um bairro periférico na cidade de Nampula e ficou conhecido nas últimas duas semanas por reportar cerca de 80% dos casos de cólera que eclodiu no distrito de Nampula.

A nossa equipa de reportagem encontrou, naquele ponto, a explicação para os casos de cólera reportados pelas autoridades de saúde. Atrás da Estação de Bombagem de Água 2 (EB2), da empresa provedora de água potável, a população vandalizou uma conduta e dela cai água numa pequena depressão adjacente e dali forma-se uma minilagoa, onde as crianças se fazem aos nados, as mães lavam a roupa e, nas proximidades, há canteiros de hortícolas que são irrigados com a mesma água bastante turva.

O cenário que se vive naquele ponto contrasta com a preocupação que as autoridades de saúde têm neste momento em que a cólera já fez três óbitos desde que eclodiu naquela cidade e que é apelidado como um surto atípico, pelo facto de não ser, esta, uma época propensa à ocorrência desta doença que tem, como principal vector de transmissão, a água.

Outro aspecto que fragiliza Carrupeia é o lixo que a população deposita em plenos becos, atendendo que o bairro não tem ordenamento territorial.

Em contacto telefónico com Avalinho Geraldino, chefe do Departamento de Saúde Pública no Serviço Provincial de Saúde em Nampula, soubemos que os casos de cólera que dão entrada no Centro de Tratamento de Cólera activado na cidade de Nampula têm estado a oscilar, sendo que, nas últimas 24 horas, foram 13, dos quais cinco provenientes de Carrupeia e outros de bairros como Napipine, Mutauanha, Namutequeliua, Muhala Expansão e um do posto administrativo de Anchilo, distrito de Rapale.

Fonte:O País

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *