A selecção entre pares de dirigentes de entidades públicas para posterior nomeação presidencial é um princípio acertado, porque reduz, em certa medida, os poderes presidenciais. Em certa medida, pois, ele terá, em última análise, que cingir-se às propostas que lhe forem entregues. A nomeação do novo reitor da UEM que sucederá a Orlando Quilambo segue este princípio.

 

Na semana passada Filipe Nyusi recebeu a proposta de 3 nomes seleccionados pelo Conselho Universitário. Nyusi deve nomear um deles. Mas o pacote contém uma armadilha. “Carta” apurou que um dos três é uma figura com bastantes limitações de probidade.

 

Há evidências desse académico ter gerido uma Faculdade de forma altamente corruptiva, incluindo uma gravosa prática de desvio de propriedade intelectual. As evidências de corrupção envolvendo o sujeito são terríveis. Deviam estar no Gabinete anti-corrupção e não trancadas num relatório de auditoria interna tido como confidencial.

 

Não vamos apontar o nome desse académico por uma razão simples: ninguém nos apresentou folha limpa, ou suja, dos outros dois. “Carta” não sabe se sobre estes podem, eventualmente, pesar também alegações de má gestão.

 

Esse escrutínio caberá agora ao PR realizar. Nyusi tem uma armadilha nas mãos. Corre o risco de vir a nomear para Reitor da UEM um académico com fama de mau gestor, na contramão do seu discurso anti-corrupção. (M.M.)

Fonte: Carta de Moçambique

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