O MÊS da mulher é este ano celebrado sob o signo do enaltecimento dos ganhos e reflexão sobre os desafios que ainda prevalecem no processo visando garantir a equidade e igualdade de género na sociedade.

Falando, segunda-feira, na cerimónia de lançamento das comemorações do Mês da Mulher, a Ministra do Género, Criança e Acção Social, Cidália Chaúque Oliveira, disse que ao longo do tempo Moçambique deu passos significativos rumo à igualdade de género, a avaliar pelo envolvimento de mulheres em diferentes ramos de actividade.

Explicou que as mulheres têm-se empenhado na sua emancipação, ombreando ao lado do homem na conquista do seu espaço na sociedade para desta forma contribuir melhor no desenvolvimento sustentável do país.

“Desta vez, estamos a trabalhar para a emancipação económica da mulher. Mesmo assim, estamos a caminhar para uma situação em que todos os órgãos e segmentos tenham a paridade de género (50/50), sem descurar aquilo que são as suas responsabilidades na família, educação e consolidação da paz”, observou a ministra. 

Para Cidália Oliveira, os homens são os protagonistas da emancipação da mulher, pois sem a sua intervenção será impossível se atingir a igualdade e equidade de género.

“Os homens são a parte que deve fazer acontecer esta emancipação. Por isso, são convidados a dar apoio e a estimular a mulher para que continue a lutar pela sua emancipação”, indicou.  

Destacou os progressos que o país vem registando na igualdade de género, a todos os níveis, bem como a abrangência dos serviços de saúde, acesso e retenção de raparigas no ensino, como resultado da atribuição de bolsas de estudo, distribuição gratuita do livro escolar e a colocação de professoras- modelo nas zonas rurais.

“O nosso principal objectivo é garantir a retenção da rapariga na escola, para que ela consiga tomar decisões por si própria, reduzir os índices de violência e os casamentos prematuros que são o principal flagelo que temos”, disse.

De acordo com o Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) de 2011, Moçambique tem 48 por cento de prevalência de casamentos prematuros, ocupando a 10ª posição no mundo. As províncias das zonas centro e norte são as mais afectadas, destacando-se Nampula, com 62 por cento, Cabo Delgado (61 por cento), Manica (60 por cento) e Niassa (56 por cento).

O lançamento do mês da mulher foi marcado por uma marcha que partiu da Praça da OMM e desembocou na Praça do Destacamento Feminino, em Maputo, juntando mulheres e homens de diferentes posições sociais e convicções.

Depois da cerimónia de deposição de flores, protagonizada pela esposa do Presidente da República, Filipe Nyusi, a caravana seguiu em direcção ao Lar dos Desamparados, local que foi palco de diversas manifestações culturais, desde o canto, dança, música, desfile de moda à exposição de diversos produtos, entre os quais de saúde, utensílios domésticos e roupa diversa. 

O mês da mulher é comemorado sob o lema: “Pensemos na Igualdade, Construamos com Inteligência, Inovemos para Mudança”.

Mondlane reconhece qualidades

O GOVERNADOR da província de Sofala, Alberto Mondlane, reconheceu na Beira que as mulheres já têm o privilégio de tomar decisões importantes no país, o que era difícil no passado.

Mondlane fez esta declaração na cerimônia alusiva ao 52º aniversário do Destacamento Feminino. 

Na ocasião, o governante recordou que as mulheres envolvidas na luta armada não foram obrigadas a engajar-se, mas mobilizaram-se para fazer parte do processo da luta de libertação com o sentimento de que poderiam contribuir para a paz e bem-estar de Moçambique.

“Neste momento, devem dar continuidade aos ideais deixados por Josina Machel e outras mulheres que fizeram parte do Destacamento Feminino”, recomendou.

Convidou as mulheres que não estão no activo na defesa e segurança a passarem as suas experiências vividas no passado às novas gerações, como forma de mobilizar outras a integrarem-se no sector.

Por seu turno, as mulheres do Destacamento Feminino reafirmaram, em mensagem apresentada na ocasião, a sua prontidão na defesa do país, como forma de homenagear as que deram a vida pela libertação nacional.

Chapo apela à participação na educação cívica eleitoral

A MULHER deve ser um agente activo de educação cívica que mobiliza os eleitores a  dirigirem-se em massa aos postos de recenseamento eleitoral, a fim de se inscreverem ou actualizarem os seus dados, como condição primordial para o exercício do direito de votar.

Esta afirmação foi feita na aldeia de Mafassane, distrito de Inharrime, pelo governador da província de Inhambane, Daniel Chapo, no lançamento das celebrações do mês da mulher.

Segundo o governante, o papel da mulher como agente da educação cívica não deve terminar com o encerramento do recenseamento eleitoral, mas sim continuar a sensibilizar os leitores a afluírem às urnas no dia 15 de Outubro próximo para escolher os dirigentes comprometidos com a fragilização da pobreza no país.

O governador de Inhambane destacou o envolvimento da mulher na luta de libertação nacional, afirmando, por exemplo, que o transporte do material de guerra, o amparo às crianças órfãos, a educação nas zonas libertadas, entre outras tarefas, fizeram com que ela fosse encarada de maneira diferente da tradicional.

“Com este engajamento, paulatinamente, ganhou liberdade de participar lado a lado com o homem em quase todas actividades da construção do país”, disse Daniel Chapo, saudando, em nome do governo provincial, os membros do Destacamento Feminino pelo papel que desempenharam na luta de libertação nacional.

Afirmou que ao longo do processo histórico, a mulher moçambicana vem demonstrando que ela assume o papel central da sua própria emancipação e hoje está empenhada na luta contra a pobreza e no desenvolvimento sócio-económico do país.

    Fonte:Jornal Notícias

    Leave a Reply

    Your email address will not be published. Required fields are marked *