O artista plástico Chaná de Sá irá inaugurar, quarta-feira, a sua terceira exposição individual, na Fundação Fernando Leite Couto, Cidade de Maputo. Equalização das linhas da vida reúne 15 trabalhos. O texto de apresentação é assinado por Nelson Saúte.

 

Ano passado, Chaná de Sá mudou-se de Inhambane para Maputo. O objectivo? Formar-se em Designer no Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC). A mudança foi natural, mas o artista teve de sair da sua zona de conforto, deixar o trabalho por algum tempo, a sua terra da boa gente e mergulhar fundo no curso. Determinado, Chaná de Sá abriu mão da sua vida em Inhambane e, entretanto, as coisas em Maputo não têm sido fáceis. “Às vezes tenho-me sentido sufocado”, confessa, reconhecendo que pintar ficou cada vez mais difícil. Afinal, além de estudar, ainda tem de partilhar o tempo com a pintura e a vida doméstica. Mora sozinho.

Mas é como diz a máxima popular: “Depois da tempestade, vem a bonança”. Se o sufoco do artista é uma espécie de tempestade, a sua terceira individual de artes plásticas funciona como bonança. “Esta exposição despertou energia em mim, dando-me motivação que precisava porque aqui em Maputo as responsabilidades são mais difíceis”.

A terceira exposição de Chaná de Sá, na verdade, será inaugurada na galeria do primeiro andar da Fundação Fernando Leite Couto. O artista define o facto de lá expor como uma oportunidade para fazer novas amizades e promover o seu trabalho. Intitulada Equalização das linhas da vida, a maior parte das obras que compõem a mostra foram iniciadas em Inhambane, mas finalizados em Maputo.

Segundo Chaná de Sá, a sua terceira individual traz o que percebe em relação à existência, considerando os bons e os maus momentos. “Nesta exposição eu exploro caminhos equalizados, tentando criar um bom equilíbrio sobre as coisas. A partir da construção de linhas que dão forma, construo significados que podem transmitir mensagens”.

Ao todo, Chaná de Sá concebeu 15 trabalhos, entre acrílico sobre tela, pinturas acrílicas sobre madeira e cartolinas. As obras começaram a ser produzidas há dois anos e revelam a seguinte conclusão ao artista: “Nesta exposição, sinto que encontrei um propósito; sinto-me um artista mais consolidado e maduro. E como estou a viver e a estudar em Maputo, também é uma forma de dar o primeiro passo naquilo que sou actualmente”.

No texto de apresentação da exposição, o escritor Nelson Saúte considera Chaná de Sá um dos mais inventivos artistas da nova geração no país. “O seu traço é único. As suas cores também. As técnicas, quase sempre miscelânea das mesmas, idem. Tintas naturais, aquarelas e acrílicos”. E Saúte acrescenta: “A forma como Chaná trama e ata ou entrelaça estes fios que compõem a vida não é óbvia, mas ali reside a divícia da sua poesia, da sua arte e do seu génio”.

A individual Equalização das linhas da vida, de Chaná de Sá, estará patente na Fundação Fernando Leite Couto entre 20 deste mês de Julho e 13 de Agosto. A curadoria é de Yolanda Couto.

 

 

 

 

Fonte:O País

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