A ELEIÇÃO dos novos comissários da União Africana (UA) será o ponto alto da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da organização, que decorre esta quarta-feira (03) e amanhã,em antecipação à cimeira, marcada para o fim de semana.

A reunião anual do Conselho Executivo da organização irá juntar, este ano em ‘online’, os ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Externas dos 55 Estados-membros da organização.

O encontro, que antecede a cimeira de chefes de Estado e de Governo do próximo fim de semana, decorre em sessões à porta fechada, durante as quais serão aprovados vários relatórios e documentos técnicos, que irão integrar a agenda da cimeira.

Este ano, além dos habituais dos balanços anuais sobre a actividade da UA e dos seus órgãos executivos, os chefes da diplomacia africanos irão analisar um relatório sobre a resposta da organização à pandemia de Covid-19 no continente.

O momento alto da reunião será, no entanto, a eleição para vários cargos nos órgãos executivos da organização, incluindo os seis novos comissários da UA, uma corrida na qual está a engenheira agrónoma angolana Josefa Leonel Correia Sacko.

A diplomata e actual comissária da UA para a Agricultura e Economia Rural, a única representante lusófona na lista de 25 candidatos pré-qualificados para cargos na Comissão, vai procurar a reeleição para a mesma pasta, que passará também a integrar a Economia Azul e o Ambiente.

De acordo com a lista final de candidatos pré-qualificados, a que a agência Lusa teve acesso, a candidata angolana é a mais bem avaliada entre os quatro candidatos a esta pasta, com uma pontuação de 81,65%.

Os adversários de Sacko na corrida são representantes da Gâmbia, Uganda e Marrocos.

Serão ainda escolhidos quatro juízes para o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, os seis membros do Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e Bem-Estar da Criança, seis membros do Conselho Consultivo da União Africana sobre a Corrupção (AUABC) e o Presidente da Universidade Pan-Africana.

A nova Comissão da União Africana, a primeira a ser eleita após o processo de reforma iniciado em 2016 sob supervisão do Presidente ruandês, Paul Kagamé, terá menos comissários e será escolhida através de um novo sistema baseado no mérito.

A nova estrutura executiva da UA será composta por oito membros, incluindo um presidente, um vice-presidente e seis comissários, menos dois lugares do que na anterior comissão.

Para a presidência da comissão, o actual presidente e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, Moussa Faki Mahamat, recandidata-se sem oposição, mas precisa de conseguir dois terços dos votos dos países para se manter no posto.

O presidente e o vice-presidente da Comissão serão escolhidos apenas na cimeira de chefes de Estado e de Governo, que este ano decorre sob o tema “Artes, Cultura e Património: Alavancas para a construção da África que queremos”.

A UA integra 55 países, incluindo a República Árabe Saharaui Democrática (RASD), e a sua presidência é ocupada rotativamente pelos países pelo período de um ano.

Fonte:Jornal Notícias

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