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Cheias, inundações e destruições: Chuvas reeditam o drama

UM grande número de moradores de diversos bairros da cidade da Beira viveu nos últimos dias um ambiente dramático em consequência directa das chuvas abundantes, estimadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) em 190.3 milímetros, que fustigaram aquela urbe.

A situação mais crítica afectou os bairros suburbanos de Ndunda-I e II, Manga-Mungassa, Vaz, Praia Nova, Muchatazina, entre outros, cujos residentes foram obrigados a pernoitarem ou a confeccionarem os seus alimentos em cima das mesas devido as cheias causadas pelas chuvas.

Muitos outros citadinos passaram as noites “em branco” e mesmo sem lugar para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas numa altura em que inúmeras latrinas estão submersas.

A agravar a situação estão a deterioração do sistema de saneamento básico, a multiplicação de buracos nas secções de estradas pavimentadas e a intransitabilidade das vias terraplanadas que dão acesso a alguns bairros suburbanos.

Perante este quadro, aumentam os receios sobre a eventual eclosão das doenças de origem hídrica, como diarreias e cólera.

Numa ronda que efectuámos por alguns bairros, constatámos, por exemplo, que a estrada de terra-batida entre o cemitério Hindú e a zona Six Mile ficou interrompida, impedindo desse modo a livre circulação de pessoas e bens e isolando, por conseguinte, o bairro de Ndunda-I do centro da cidade.

A via apresenta-se com a plataforma submersa em extensas áreas o que resulta, entre outras coisas, no aumento dos preços de produtos como o carvão vegetal de 600 para 900 meticais.

Situação semelhante verifica-se na sequência do isolamento rodoviário do bairro de Ndunda-II. Aqui, para facilitar a comunicação entre as duas margens, a comunidade improvisou uma barcaça onde os passageiros têm que desembolsar 10 meticais por viagem.

O oportunismo é extensivo aos táxi-motas, vulgo “Txopela” que, por falta de acesso para a circulação de viaturas, cobram 25 meticais num troço de aproximadamente quatro quilómetros entre Ndunda-II e a descida de Nhangau.

No geral, naqueles dois bairros periféricos, o problema de fundo está relacionado com a falta de uma vala de drenagem, uma situação que se acentuou com a expansão industrial que bloqueou a vazão das águas pluviais. Leia mais

Fonte:Jornal Notícias