O Hospital Distrital de Chiúre, em Cabo Delgado, está a enfrentar problemas de material cirúrgico desde Dezembro de 2021, mas o problema agravou-se desde o início deste ano. As nossas fontes contaram que a situação faz com que os pacientes internados naquele hospital sejam obrigados a comprar todo o material cirúrgico fora da unidade sanitária para o seu tratamento.
Narram as fontes que a situação é complicada para mulheres grávidas que, para ter os serviços de parto, devem comprar as luvas que são vendidas pelos próprios enfermeiros do mesmo hospital. Este cenário já está a levar à redução significativa de partos institucionais, a favor de caseiros, tal como aconteceu recentemente no bairro Meriha, arredores da autarquia da vila de Chiúre, em que uma família decidiu por um parto fora da unidade sanitária, por alegadamente não conseguir responder às exigências das parteiras.
Os constrangimentos em termos de funcionamento dos serviços sanitários não estão apenas nos distritos. Na cidade de Pemba, por exemplo, a saída dos médicos cubanos, no hospital Provincial está a condicionar o funcionamento de alguns serviços especializados. O Delegado da Ordem dos Médicos em Cabo Delgado admitiu, numa conferência de imprensa, realizada em Março findo, em Pemba, que a saída dos médicos e enfermeiros Cubanos deixou um vazio em termos de serviços, na maior unidade sanitária da província.
No entanto, a problemática de falta de artigos médicos, reagentes e produtos farmacêuticos não só afecta Cabo Delgado, mas todo o país, segundo explicou o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, quando falava na sessão de perguntas ao governo, na Assembleia da República. (Carta)
Fonte: Carta de Moçambique