PELO menos 400 pessoas estão ao relento em razão da destruição de 45 casas de construção precária no distrito do Dondo, um dos mais afectados pelas chuvas abundantes que fustigam a província de Sofala.

Uma missão do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC) desdobra-se desde o início da semana pelas zonas críticas na Beira, Dondo e Nhamatanda, para dinamizar as acções de busca e salvamento.

João Machatine, director-geral do INGC, que chefia a brigada, descreveu como crítico o cenário, que afecta também diversas infra-estruturas públicas e privadas como estradas, estabelecimentos escolares, sanitários e comerciais, fontes de abastecimento de água potável, latrinas, para além de extensas áreas agrícolas.

Em Nhamatanda, a missão observou com tristeza as condições da insegurança das pessoas na travessia do rio Metuchira, que usam embarcações consideradas bastante frágeis, perigando a vida dos utentes.

A subida do nível de água do Metuchira, resultante de chuvas a montante, culminou com a submersão da ponte, isolando mais de 25 mil famílias camponesas baseadas em Matenga, Bebedo, Nhampoca e parte do distrito da Gorongosa.

A avaliar pelo intenso movimento na travessia sobre o Metuchira, o director-geral do INGC reconheceu a incapacidade de resposta das duas embarcações da sua instituição e da CVM baseadas no terreno, que se juntam a sete canoas particulares.

Contudo, Machatine ficou com boa impressão da capacidade de resposta das autoridades administrativas de Nhamatanda às situações de emergência, recomendando, no entanto, a necessidade de pré-posicionamento de medicamentos, combustível e produtos da primeira necessidade em áreas de risco de isolamento.

Por seu turno, Boavida Manuel, administrador de Nhamatanda, indicou que as chuvas destruíram total ou parcialmente 76 casas, 356 latrinas, 19 salas de aula e seis celeiros.
Também estão intransitáveis, em Nhamatanda, quatro estradas que ligam a vila-sede à Bebedo-Vinho, Nhaminami, Micheu e sede da localidade de Metuchira.

Do arrolamento preliminar, podem ser afectadas pelas inundações 1227 hectares de diversas culturas alimentares praticadas por 800 famílias camponesas em Nhampoca, Tica, Metuchira, Lamego, Siluvo, Chirassicua e Nhamatanda-sede.

Em caso de perda de áreas por inundações, Nhamatanda necessita de 34230 kg de sementes diversas para a segunda época agrícola, para além de mais de cinco milhões de meticais para a reposição de infra-estruturas arrasadas pela fúria das chuvas.

Horácio João

Fonte:Jornal Notícias

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