O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, afirmou ontem que o surto provocado pelo coronavírus, detectado na China, pode ameaçar a economia internacional.

“É muito incerto quão longe o surto irá e quais os efeitos [económicos] na China, para os seus parceiros comerciais e pelo mundo”, disse Powell no início da conferência de imprensa, em Washington, que se seguiu ao fim da reunião de dois dias do Comité de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do banco central norte-americano.

Para Jerome Powell, esta situação “é um assunto muito sério”, notando que é cedo para estimar as consequências.

A Reserva Federal (Fed) dos EUA manteve ontem a sua taxa de juro, perante uma economia que se mantém sólida, mas que enfrenta potenciais ameaças globais, como o surto do coronavírus chinês.

Na semana passada, as cotações bolsistas em Wall Street e do petróleo oscilaram, maioritariamente no sentido descendente, em função das notícias sobre este assunto e dos medos que infunde.

Muitos economistas e investidores esperavam que o crescimento da economia dos EUA e internacional se intensificasse este ano, dada a assinatura de um acordo comercial preliminar entre China e EUA.

Mas o surto viral na China injectou dúvidas neste cenário. O coronavírus fechou de facto grandes pedaços da China e arrefeceu a sua economia, a segunda maior mundial, que já está a desacelerar.

Este vírus já infectou mais pessoas na China do que no surto do SARS em 2002-2003.

Muitas empresas estrangeiras responderam à situação congelando ou reduzindo as suas operações naquele país asiático. A Starbucks anunciou que tenciona fechar metade dos seus estabelecimentos na China, a British Airways já suspendeu os seus voos para o país e a American Airlines fez o mesmo em relação aos voos entre Los Angeles, Xangai e Pequim.

Hotéis, transportadoras aéreas, casinos e navios de cruzeiro estão entre os sectores que estão a sofrer as repercussões mais imediatas, incluindo países mais próximos da China. O presidente da Apple, Tim Cook, informou que os seus fornecedores na China tinham sido forçados a adiar a reabertura das fábricas, fechadas devido ao feriado do Ano Novo Chinês, até 10 de fevereiro.

    Fonte:Jornal Notícias

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