Diminuir a corrupção e melhorar a governação em África poderia aumentar o PIB em 1 a 2 pontos percentuais, segundo um estudo de economistas do FMI, entre os quais está o antigo representante em Angola, actualmente, em Moçambique.

“Embora as correlações estimadas entre a governação e a corrupção e o crescimento não provem um nexo de causalidade, os dados sugerem que o impacto da fraca governação no PIB percapita é mais forte na África subsaariana do que no resto do mundo”, lê-se num estudo do Fundo Monetário Internacional assinado também por Ricardo Velloso.

Assim, “trazer os níveis de qualidade da governação para a média mundial poderia aumentar o PIB percapita em 1 a 2 pontos percentuais”, acrescenta o estudo publicado no site do FMI e assinado por Amine Hammadi, Marshall Mills, Nelson Sobrinho e Vimal Thakoor, para além de Ricardo Velloso, que foi o chefe de missão para Angola e ocupa agora esse posto em Moçambique.

“Este impacto de 1 a 2 pontos percentuais no PIB ‘percapita’ é duas a três vezes maior” que o impacto calculado para a média dos países, e tem mais força que o impacto estimado para outras regiões do globo, onde a corrupção percepcionada é também elevada, como a América Latina, o norte de África, o Médio Oriente, o Afeganistão e o Paquistão.

“É certo que o processo de reformas institucionais vai implicar tempo e esforço consideráveis, mas os resultados indicam que há um dividendo a recolher desses esforços”, dizem os analistas, num estudo económico com o título A Governance Dividend for Sub-Saharan Africa?‘ (Um Dividendo da Governação para a África Subsaariana?).

Segundo o estudo, é provavelmente entre os primeiros a explorar exaustivamente a ligação entre a governação e o crescimento e a dar estimativas abrangentes da correlação entre múltiplos aspectos da governação e do crescimento na África subsaariana”.

Na explicação do lançamento do estudo, os autores afirmam que há um renovado interesse em melhorar a governação e acentuar a luta contra a corrupção, globalmente; o tema para 2018 da União Africana é “Vencer a Guerra contra a Corrupção”, e vários novos governantes em países como Angola, Egipto ou África do Sul colocaram a luta contra a corrupção no topo da sua agenda”.

 

    Fonte:Jornal Notícias

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