A COOPERAÇÃO na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) não se deve basear somente na língua comum e nos laços históricos de amizade e solidariedade, sendo que tem que evoluir para as áreas económica e empresarial.

Esta tese foi defendida ontem pela secretária executiva da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira, durante o encontro de cortesia que manteve com o primeiro vice-presidente da Assembleia da República, António José Amélia.

Segundo afirmou, as relações históricas são relevantes e devem servir de base para que a cooperação económico-empresarial seja efectiva, tendo em vista o fortalecimento das economias dos países membros da comunidade.

“Os nossos países têm diversas potencialidades económicas que atiçam interesses de diversos países europeus e asiáticos e nós acolhemo-los apaticamente nos nossos países. É tempo de nós, também, estabelecermos, a nível da comunidade, uma aliança económico-empresarial”, disse.

É ideia de Maria do Carmo Silveira que os empresários dos países de língua portuguesa devem tomar a dianteira nesta plataforma. Disse que com a materialização deste pensamento, a partir da confederação empresarial da CPLP, é possível alcançar-se este desiderato que contribuirá, igualmente, para o reforço dos laços de solidariedade e amizade já existentes.

Na ocasião, a secretária executiva da CPLP saudou o povo moçambicano pelos esforços empreendidos com vista ao estabelecimento da paz e consolidação da democracia no país, com o recurso ao diálogo.

“Quero felicitar aos moçambicanos, por conseguirem construir pontes para o diálogo entre irmãos. Pessoalmente, estou satisfeita com a experiência moçambicana”, disse, lamentando o facto de ainda persistirem na CPLP países que ainda não conseguiram criar plataforma de diálogo para resolver os seus diferendos políticos internos, apontando como exemplo o caso da Guiné-Bissau.

Por seu turno, António Amélia congratulou a visão da CPLP de se avançar para uma cooperação económico-empresarial, sustentando que isso conferirá uma mais-valia nas relações dos países membros da comunidade, como também contribuirá para o fortalecimento das suas economias, que se encontram  em franco desenvolvimento.

António Amélia também sublinhou que a língua não é suficiente, defendendo que é preciso que seja criada uma certa identidade, uma bandeira da comunidade a nível económico-empresarial.

No que diz respeito à cooperação a nível parlamentar, o primeiro vice-presidente do Parlamento indicou que existe o grupo nacional junto ao Fórum Parlamentar da CPLP, no qual tem colhido e transmitido experiências sobre diversas matérias da vida dos países da comunidade e da cooperação internacional.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/72574-cplp-desejavel-uma-cooperacao-para-alem-da-lingua-comum.html

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