Na sequência da apresentação da proposta de Moçambique para renegociação das dívidas ilegais o ministro Adriano Maleine voltou a reunir-se esta quarta-feira (21) em Londres com os credores da Proindicus, EMATUM e MAM que, embora não concordem em receber daqui a uma década o dinheiro que investiram, estão abertos a negociar e é pouco provável que alguma acordo seja alcançado de imediato.

Embora no encontro com os credores tenham estado representantes dos bancos Credit Suisse e do russo Vnesh Torg Bank oficialmente só o grupo que representa grande parte dos investidores dos “Mozambique 2023 Eurobonds” tornou pública a sua posição considerando que as “diretrizes de reestruturação” propostas pelo Governo de Filipe Nyusi são um “não início” de negociação.

Estes investidores, que se auto-intitulam Global Group of Mozambique Bondholders (GGMB), são os credores da dívida da EMATUM que o Executivo de Filipe Nyusi transformou em Títulos de Dívida Pública de Moçambique em moeda estrangeira e aceitaram em 2016 receber apenas juros, duas vezes por ano, até 2022 e esperavam em 2023 receber a totalidade do seu investimento, e reiteraram esta semana que não querem negociar os mesmo termos dos credores da Proindicus e da MAM.

Além disso o Governo, que desde Janeiro de 2017 tem os estado a dar calote, agora propôs-lhe voltar a negociar esses termos para baixarem ainda mais os juros até 2023 e esperarem até pelo menos 2028 para recuperarem a totalidade dos seus investimentos.

Em comunicado o GGMB reiteram que uma solução negociada apenas com eles será benéfica para Moçambique pois reabrirá o país aos mercados de capitais o que deverá reduzir o custo de financiamento à economia o que contribuiria para impulsionar o crescimento económico e quiçá uma saída mais breve para a actual crise financeira.

Porém, como o @Verdade revelou, a proposta que o ministro da Economia e Finanças apresentou é para todos os credores pois o Governo tem urgência de fechar estas negociações, independentemente das violações à Constituição da República e das leis orçamentais que enfermam, para que possa voltar a endividar-se particularmente para financiar o investimento de cerca de 2 biliões de dólares que a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos terá que realizar nos próximos meses âmbito da Decisão Final de Investimento do projecto liderado pela Anadarko na Área 1 da Bacia do Rovuma.

Embora o ministro Adriano Maleiane não o tenha dito aos credores o @Verdade entende que proposta do Governo não deixa muitas opções aos credores que caso não aceitem reestruturar as dívidas ilegais que possuem correm o risco de perderem os seus investimentos caso o Tribunal Administrativo e o Conselho Constitucional pronunciem-se sobre as evidentes inconstitucionalidades e violações de que as mesmas enfermam.

@Verdade

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