Picardo Sola, delegado político do MDM na cidade da Beira e Marcelino Manhoso, delegado provincial, foram absolvidos, esta terça-feira, pelo Tribunal Judicial da Beira, por este órgão de justiça entender que não há elementos suficientes para a condenação dos mesmos.
Os dois eram acusados de sequestro e prisão irregular de um cidadão que responde pelo nome de João Nhamue, que foi, supostamente, encontrado a recolher cartões de eleitor no bairro da Munhava, na manhã do dia 11 de Outubro. Nhamue foi apresentado publicamente, num comício popular orientado pelo presidente do MDM, Lutero Simango, no bairro da Manga e depois entregue às autoridades. O mesmo agora está em parte incerta.
Os dois vinham sendo julgados em liberdade, e o juiz da causa, durante a leitura da sentença, afirmou que “somos de julgar improcedente a acusação produzida pelo Ministério Público contra os arguidos, por considerar que não ficou suficientemente provado o envolvimento dos crimes de que são acusados nos autos, devendo, assim, ser absolvidos por insuficiência de provas”, afirmou Tomé Valente, juiz da causa.
A decisão do tribunal é para os delegados da Renamo uma prova de que o tribunal analisou a acusação profissionalmente. “Apesar da tendência do Ministério Público, de tentar nos incriminar politicamente, hoje, o juiz da quinta secção do Tribunal Judicial da Cidade da Beira provou que não se deixa arrastar pelos políticos. A prova está no facto de termos sido absolvidos”, explicou Marcelino Manhoso, delegado político provincial do MDM em Sofala.
O juiz da causa afirmou, entretanto, que o caso não está encerrado e, dirigindo-se ao MP, afirmou que este, querendo, pode iniciar diligências de modo a que se possa localizar o cidadão supostamente sequestrado, ora em parte incerta, e dar seguimento ao caso.
Fonte:O País