QUATRO infra-estruturas construídas num terreno em disputa, na zona de Mapulene, bairro Costa do Sol, foram demolidas hoje (05), pelo município de Maputo, em cumprimento da ordem do Tribunal Administrativo (TA).
As demolições nos talhões 168, 169, 170 e 171, da parcela 660B/E, interrompidas por várias vezes, foram decretadas por despacho de 1 de Março, do TA da cidade de Maputo.
Esta decisão rejeita o pedido de suspensão, submetido por um dos requerentes, devido a “um conjunto de irregularidades insanáveis”.
Manuel Sanjos, um dos proprietários da casa demolida, acusa as autoridades municipais de venderem o título de Direito do Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) ao empresário (dono do terreno legitimado pelo tribunal) que supostamente pretende erguer condomínios na zona.
Indicou que o cidadão em causa não é conhecido pela estrutura do bairro e os nativos expulsaram-no quando apareceu, pela primeira vez, a reivindicar o espaço.
Mário Simbine, proprietário de uma das residências e do estaleiro abrangidos, disse que o TA agiu de má fé ao ordenar as demolições sem que antes tenha ouvido a estrutura e os residentes do bairro.
Simbine admitiu não ter DUAT, mas disse que há mais de dez anos que ocupa terreno.
“Antes de construir aqui, recebi várias propostas para vender o espaço e sempre recusei”, sublinhou.
Residentes do bairro disseram não conhecerem o cidadão que disputa o terreno com a vizinhança e explicaram que o conflito dura há vários anos.
“Já presenciamos aqui ameaças de morte entre o cidadão que diz ser dono e um dos vizinhos”, revelou, Jorge Mate, um dos moradores.
Por sua vez, Carla Tembe, também residente no bairro, lamentou a demolição do estaleiro que empregava mais de vinte jovens.
“Esperávamos que houvesse uma negociação, uma vez que o vizinho tinha um empreendimento que ajudava os nossos filhos”, lamentou.
Fonte:Jornal Notícias