NoticiasAI

Dhlakama critica lentidão nas negociações

MAPUTO – Numa declaração via telefone para jornalistas e simpatizantes da Renamo sobre o processo de paz, Dhlakama referiu que, tem falado com o seu irmão Nyusi (Presidente da República) de haver lentidão, não é o que esperava.

Dhlakama falava desde a sua base, na Serra da Gorongosa, centro do país, para uma sala cheia de membros e simpatizantes da Renamo, reunidos num encontro partidário na Matola, arredores de Maputo.
o líder da Renamo disse que esperava ver “o trabalho já acabado das duas comissões entrar na Assembleia da República até de 11 de Maio”, último dia da sessão legislativa, mas “tal não aconteceu”.

Numa comissão negoceia-se a revisão das leis para descentralização do Estado, com a Renamo a reivindicar a eleição de governadores já em 2019, em vez da sua nomeação.

Noutra discutem-se assuntos militares, nomeadamente, a reintegração dos homens armados da Renamo nas tropas moçambicanas e a despartidarização das forças armadas.

Ainda nenhuma proposta chegou ao parlamento e apesar de considerar que há lentidão, Dhlakama também diz que compreende que assim seja.

Referiu que a Renamo está a exigir democratizar, mudar as leis e do outro (lado), por natureza, há resistência.

Dhlakama salientou, no entanto, que até os investidores estrangeiros já perceberam “que não basta o fim da guerra, é preciso reformar as instituições” e por isso insiste que as duas comissões devem produzir propostas de lei até final do ano.

A trégua sem prazo declarada pela Renamo no início deste mês depende dos entendimentos que se alcançarem, para que seja assinado um acordo de paz, reafirmou.

Na declaração de hoje, Dhlakama reafirmou também o argumento do seu partido, de que não faz sentido haver governadores nomeados em províncias onde a Renamo costuma vencer actos eleitorais e que constituem a maioria das regiões do norte e centro do país.

O líder da Renamo deixou também um alerta, afirmando que ainda há tropas de Moçambique a ocupar posições na Serra da Gorongosa, aquele que foi o principal palco dos conflitos entre o seu movimento e os militares, que classificou como “braço armado da Frelimo”.

Dhlakama gostaria de ver a retirada avançar a outro ritmo, mas também neste capítulo diz “compreender” as questões logísticas envolvidas e sublinhou que ainda “há tempo”, uma vez que o prazo acordado para a retirada total é 30 de Junho.

Em causa estão 26 posições ocupadas pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, referiu.[CC]

http://www.folhademaputo.co.mz//pt/noticias/nacional/dhlakama-critica-lentidao-nas-negociacoes/