Afonso Dhlakama, que foi líder da Renamo durante 41 anos, morreu em Maio de 2018, na Serra da Gorongosa, vítima de doença. Passam, precisamente neste 3 de Maio, três anos após a sua morte. Por ocasião desta data, familiares de Dhlakama, membros e simpatizantes da Renamo decidiram homenageá-lo.
A cerimónia teve lugar na sua terra natal, Mangudi, distrito de Chibabava, onde ele foi sepultado.
Depois da cerimónia religiosa e tradicional no cemitério e residência do malogrado, Ossufo Momade, presidente da Renamo, falando aos presentes, lembrou que um dos compromissos de Afonso Dhlakama era a paz efectiva numa verdadeira reconciliação nacional.
“Neste três de Maio, mais do que chorar a ausência física do nosso pai, devemos olhar para o seu longo percurso no partido e no país como uma biblioteca que nos ajuda a fortificar o nosso partido. Não choremos, pelo contrário, inspiremo-nos na sua dedicação e determinação para juntos prepararmos as eleições autárquicas de 2023, gerais e provinciais de 2024. Celebremos não a morte, mas a vida de Afonso Dhlakama, como nosso líder e pai de democracia em Moçambique”, afirmou Ossufo Momade.
Os familiares e membros da Renamo afirmaram que estão a enfrentar dificuldades para seguir, na íntegra, os ensinamentos e ideais de Afonso Dhlakama, pelo que defendem a união dentro do partido e aprimoramento das ideias.
Manuel Bissopo, antigo secretário-geral da Renamo, começou por afirmar que o objectivo central da perdiz é conquistar o poder político. “E nós só podemos conquistar o poder político se estivermos enraizados no trabalho, definir, com clareza, as nossas metas e encontrarmos o apoio de todos para a conquista do poder. Temos que fazer muito mais para consolidar o que Dhlakama conquistou e aumentarmos cada vez mais”.
Elias Dhlakama, membro da Renamo, apelou, por seu lado, aos membros do seu partido para priorizarem a coesão interna. ‘A nossa vitória, na base dos ideais de Afonso Dhlakama, depende principalmente da forma como nós, membros, nos comunicamos e fazemos as actividades políticas e a interacção com os moçambicanos. Eu julgo que o melhor caminho para ajudar a consolidar a democracia no país é garantir a união no meio da Renamo”.
Ivone Soares referiu que Dhlakama continua a inspirar todos os membros da Renamo. “Ele continua vivo em cada um de nós e nenhum membro da Renamo irá permitir que aquilo que ele construiu durante quatro décadas desmorone, por isso todos os dias estamos de pé e a trabalhar para que o partido esteja firme e coeso”.
Fernando Mazanga disse que, nos últimos três anos, o partido aprendeu a viver sem Afonso Dhlakama. “Percebemos que temos que estar cada vez mais coesos e multiplicar os ideais e ensinamentos do nosso falecido presidente. Aprendemos que o melhor caminho para a evolução da Renamo é dar continuidade às suas obras e o maior desafio vai para o presidente Ossufo Momade que terá que se multiplicar para garantir a coesão do partido”.
Sebastião Marceta, filho de Afonso Dhlakama, afirmou que a família e o partido perderam um ‘embondeiro’. “A sua morte provocou, certamente, grandes embaraços à família e à Renamo, pois Dhlakama tinha as suas iniciativas, os seus pontos fortes e fracos que mais ninguém tem, ou seja, cada homem tem os seus pontos fortes e fracos. Cabe a nós, como família e membros, sermos coesos e juntos tentarmos encontrar soluções para os desafios da actualidade”.
A cerimónia de homenagem a Afonso Dhlakama, que teve lugar em Mangudi, terminou com a Renamo a oferecer uma viatura ao régulo Mangudi, que, por sinal, é pai de Afonso Dhlakama. A iniciativa visa facilitar a sua locomoção.
Fonte:O País