NoticiasAI

Diz Joaquim Chissano: CPLP pode mobilizar opinião pública sobre terrorismos em Cabo Delgado

O ANTIGO Presidente moçambicano Joaquim Chissano defendeu hoije (12)que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) pode ter um papel relevante ao mobilizar a opinião pública internacional a favor da luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.

Sem excluir outros papéis que possam caber à organização, oantigo chefe de Estado referiu, em entrevista à Lusa, que este pode estar entre os mais simples de concretizar.

O que se passa no norte de Moçambique é uma violência armada que Chissano classifica como “terrorismo internacional” e que “devia ser agarrado pela CPLP com muita força”, no sentido de “denunciar” a situação e “mobilizar a opinião pública internacional contra esse terrorismo”, disse. 

O antigo chefe de Estado e combatente pela libertação de Moçambique traça um paralelo: “Nós ganhámos [a guerra] contra o colonialismo português precisamente porque nós, Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique], soubemos mobilizar a opinião publica internacional, estava connosco”, destacou.

“Nada se exclui” no apoio que a CPLP pode dar a Moçambique, mas a ideia de mobilizar a opinião pública internacional é sugerida por Chissano como uma das “coisas mais simples para fazer”, porque outras – por exemplo, as que envolvam recursos militares – dependem de diferentes procedimentos a tomar por cada país. 

A organização pode ajudar a dar corpo à “preocupação de encontrar formas de apoio a Moçambique”, uma necessidade que Chissano considera “útil” colocar em evidência, face à natureza externa da ameaça.

“Isto é terrorismo internacional”, sublinhou na entrevista à Lusa, “pelas figuras detectadas” no conflito e pelo “seu envolvimento em ataques”, referiu.

Grupos armados aterrorizam a província desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico.

Há mais de 2.800 mortes segundo o projecto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com as Nações Unidas.

A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.- (LUSA)

Fonte:Jornal Notícias