O BANCO Mundial considera que as indústrias extractivas desempenham um papel cada vez mais importante na economia do país e que esta continuará exposta ao ciclo das matérias-primas e aos choques externos.

Na sua análise mais recente sobre os desenvolvimentos da economia moçambicana, o Banco Mundial refere que também existem riscos que fazem com que as áreas não directamente relacionadas com a extracção acabem por ficar sufocadas devido ao peso do sector extractivo.

“As reformas para tornar o sector privado mais resiliente e competitivo ajudarão as empresas moçambicanas a suportar futuras crises e a aproveitar todo o seu potencial no sentido de contribuírem para uma economia dinâmica e diversificada”, considera.

A instituição financeira multilateral identifica algumas das políticas-chaves, incluindo as direccionadas ao desenvolvimento de infraestruturas e competências, acesso ao crédito, execução contratual e insolvência e falência de empresas.

“As crises económicas podem conduzir as empresas a uma situação de falência. Em tais casos é importante que se encontre em vigor um regime de insolvência capaz de dar suporte ao encerramento da actividade da empresa, de tal modo que garanta uma elevada recuperação dos activos para que os mesmos sejam rapidamente introduzidos na economia”, realça.

Em Moçambique, prossegue a instituição de ‘Bretton Woods’, actualmente os investidores podem esperar recuperar 34 cêntimos por cada dólar norte-americano investido nos activos da empresa.

“É um valor acima daquele que se encontra noutros países da África Subsahariana, mas corresponde apenas a metade daquilo que pode ser recuperado através de um processo de insolvência nos países de rendimentos elevados”, estima.

Enquanto a economia recupera da crise, o Banco Mundial prevê que será igualmente importante que as novas empresas sintam que é fácil entrar no mercado e terem uma oportunidade justa de competir.

 “Isto implica simplificar os processos de registo das empresas e implementar políticas de concorrência que garantam condições equitativas para todas companhias ao longo dos anos”, considera.

Os regulamentos para a entrada de empresas no mercado moçambicano têm vindo a flexibilizar-se mas na óptica do Banco Mundial ainda há espaço para simplificar a complexidade processual imposta ao sector privado.

A este respeito, o Banco lembra que a nível mundial e entre 190 economias, Moçambique ainda se classifica em 137º lugar.

“A política de concorrência no país ainda está a dar os primeiros passos. Apesar do quadro jurídico já se encontrar em vigor desde 2013 e em 2014 ter sido constituída uma autoridade da concorrência, esta última ainda tem de assumir as operações”, revela o Banco Mundial.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/72502-segundo-o-banco-mundial-economia-continua-exposta-a-choques-externos.html

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