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A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) apresentou esta quarta-feira (23) em Maputo os prejuízos da greve geral, que culminou em manifestações, convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane na última segunda-feira (21) para repudiar a fraude eleitoral e o homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, filiados ao partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS). Em conferência de imprensa, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, disse que os empresários contabilizaram prejuízos na ordem de 1.4 mil milhões de Meticais.

 

“De forma preliminar, a paralisação de actividade económica pode ter provocado uma perda de mais de 1,4 mil milhões de Meticais sem contar com danos indirectos. Nestas perdas, sobressai o impacto sobre o sector informal, que viu a sua actividade paralisada acima de 90%. Os prejuízos económicos e sociais para a classe trabalhadora e suas famílias não são quantificáveis, numa altura em que o país se debate com a problemática de desemprego acima de 18%, sendo os jovens os mais afectados”, afirmou Vuma.

 

Para a CTA, estes prejuízos resultaram do encerramento da maioria dos restaurantes. Nos escritórios, o cenário foi de absentismo por receio de danos físicos. No parque de Beluluane que abriga o maior centro industrial do país, a CTA diz que operou com menos de 50% das empresas. As empresas reportaram que os trabalhadores tiveram dificuldades de movimentação devido à indisponibilidade de transportes, entre outros impactos da greve.

 

Para além de prejuízos monetários, o Presidente da CTA disse ser também necessário ter em consideração as consequências sobre a carestia da vida e o impacto sobre a actividade e tesouraria das unidades económicas e produtivas que afectam a capacidade das entidades empregadoras do cumprimento das suas obrigações salariais para com os seus trabalhadores, bem como a capacidade do mercado de satisfazer as necessidades essenciais dos cidadãos.

 

“Dada a publicidade que se tem feito dos tumultos a nível internacional, não temos dúvidas que os turistas que escolheram Moçambique como destino para a quadra festiva poderão cancelar. Isto colocará em causa a perspectivas de chegada dos 360 mil turistas nesta quadra festiva e possíveis perdas de receitas retidas em cerca de 50 milhões de USD”, afirmou Vuma.

 

Para a CTA, estas são razões suficientes para que, como sector privado, se peça o fim de tumultos e pedir paz para que as empresas continuem a laborar, providenciado emprego e sustento para as famílias moçambicanas. O apelo acontece numa altura em que a Agência de Rating, a Standard & Poors, baixou o rating de endividamento de Moçambique, o que poderá contribuir no aumento dos custos de financiamento, tanto no mercado interno como no internacional.

 

“Ou seja, se por um lado as empresas registam perdas, por outro, não terão opções de se financiar para recuperação. A CTA reconhece que a greve é um direito constitucional, mas entende que o recurso à medida deve ser o último artifício, que deve ser usado quando não há mais nenhuma condição de negociação e quando os interesses populares, ou dos trabalhadores, estão sendo verdadeiramente violados e atingidos em suas necessidades básicas”, afirmou o Presidente daquela entidade.

 

Em relação às greves previstas para esta quinta e sexta-feira, Vuma lançou um não à greve ora convocada! “Instamos as instituições do Estado a agirem, nos termos da lei e das suas atribuições, no sentido de assegurar a lei, ordem e tranquilidade públicas, usando de todos os meios ao seu alcance para proteger os interesses económicos nacionais, públicos e privados, e a assegurarem condições para o normal funcionamento da nossa economia”, concluiu o Presidente da CTA. (Evaristo Chilingue)

Fonte: Carta de Moçambique

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